DAS LARVAS
As águas plastificam-me para poder mergulhar. Protegem-me no escafandro vital. E, de novo, o peixe grande come o pequeno. Se o ar faltar, morro dentro do escafandro, porque este é a minha pele de quase peixe. E não posso tirar os sapatos de chumbo, se não, perco o contato com o solo. E é neste que estão os quintais das larvas em sobrevivência. Porém não posso pisar nelas com meus sapatos de chumbo.
– Do livro A URGÊNCIA ESSENCIAL, 2013.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/3910677