Tem vezes que eu acho que os poetas não nascem,
brotam do chão, dão em árvores, caem do céu,
são trazidos de bem longe pelas ondas do mar,
ou vem voando lentos nas asas dos ventos.
E se misturam escondidos no meio das gentes
e se fingem um tanto assim de seres normais,
mas não são, decerto que não são...
São arautos de umas tolas esperanças, ainda
e sonham todas as coisas que ainda podem ser.
São testemunhas da beleza que as coisas podem ter,
E cantam incansáveis essas coisas até não mais poder.
São provas vivas do amor que todas as coisas tem,
quando tem, e do que as coisas não tem também...
Tem vezes que eu acho que os poetas não existem,
que foram simplesmente inventados pela poesia,
que inventou para nós essa vontade de eles existirem...
Tem vezes que eu acho que talvez nem poesia existiria
se não existisse nem um pouco desse amor e dessa vontade.
Tem vezes que eu acho que tudo aquilo que o poeta sente e escreve
é só assim como que uma saudade de tudo um dia em poesia existir.
Saudade dessa como essa que eu tanto tenho de existir para você!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 30/09/2012
Reeditado em 03/05/2021
Código do texto: T3909148
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