Criança...*
Criança...* virgínia vicamf
Ávida de com encanto
com olhos nus e
desajeitados membros
desenhar as areias do tempo...
Criança é tempero
maçã do amor, roda gigante
pega pega, pião, salto
correria que vira do avesso
as mesmices dos adultos ...
Criança é pronta ao instante
Com inquietude, curiosidade
e imaginação dá volta e meia
enquanto racionalmente engatinhamos...
Vira de ponta cabeça a linearidade
Naturalmente vem despertar -nos
Dos sonambulismos
Das verdades pré estabelecidas
Sem malícia ou ironias
Ri-se e evidencia nossa
“ burrice” carente de imaginação...
Ah! Quantas certezas tínhamos
antes de com elas aprender que
rolar no tapete, na grama, lambuzar
o queixo, limpar na manga o resto de suco
pintar o chão com respingos de sopa...
é ensaio à arte de fazer da vida
uma obra de arte...
Papel desenrolado, banheiro alagado,
brinquedos aleatoriamente largados
dão graça e mobilidade aos ambientes sóbrios...
Criança tua missão é desorganizar
Criar o caos para que reaprendamos
Que nossa “ordem” contém tanto medo
De mudar... (desformatar )
Criança é pois , mudança em potencial
Ai daqueles que acreditam
Que tem a ela , enquanto
Pequenina algo a ensinar...
Perderão a oportunidade de libertar-se
De padrões e de reinventar-se através da
Experimentação e da Potência lúdica
Inventiva que nos torna humanos...
ET- Na minha convivência com os Xavantes na Aldeia Pimentel Barbosa MT,
Fui buscar aprender com esta cultura que detém riquíssimos ensinamentos de
Como conviver pacificamente com todas espécies vivas. Este povo trata a infância
Com grande reverência. Até mais ou menos os cinco anos de idade , as crianças podem tudo, são livres e jamais repreendidas. A educação propriamente dita inicia-se na puberdade com os ritos de passagem desafiadores e que preparam os jovens para adolescência e nesta fase a educação é dura, nesta etapa da vida os xavantes não fazem senão obedecer os adultos e os anciões do conselho. Nem das festividades podem gozar livremente ou seja, a ordem é do tipo regime militar. Assim sendo as etapas de desenvolvimento são respeitadas e os indivíduos compreendem a necessidade de respeitar limites e o outro além de assimilarem a noção de coletividade e interdependência saudável e imprescindível à sobrevivência. Os rebeldes, pois nem todos evoluem de acordo com o modelo, são expulsos da aldeia e passam a viver em exílio permanente. Não há perdão, eles não acreditam que o caráter é algo passível de mudança.
http://www.avspe.org/painel.php?pg=pestat
22 setembro 012