Contaminada

Não gosto quando as coisas se desequilibram... Fogem do meu controle emocional. Não gosto de me sentir carente, frágil, desprotegida. Não gosto de sentir esse aperto que me diz que eu não consigo camuflar a necessidade de um colo.

Eu não sei fingir... eu não sei fugir.

Encaro sempre a dor frente à frente e ela me destrói, porque eu não sei fugir.

Vasculho nas feridas, procurando ver a profundidade da chaga. Grito em meus vazios, sendo açoitada pelos ecos que me comprimem em silêncio. Eu não consigo ser indiferente, não consigo deixar a dor pra lá e simplesmente continuar vivendo com ela, me acostumando a senti-la. Não! Não aceito, não me conformo. Quero entendê-la, desvendá-la, persuadi-la. Quero ter a chance de correr atrás de seu antídoto. Porque eu não sei ser menos intensa, ser menos sensível, ser menos "porosa". Porque meu amor me torna transparente como a água me fazendo enxergar cada porção dentro de mim, se um pingo sequer de dor se mistura, contamina. Por isso a minha necessidade de ser límpida, de ser homogênea, de ser só Amor...

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 30/09/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3908296
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