DEVANEIOS EM UMA TARDE PRIMAVERIL

Talvez a brisa desta tarde

Justifique esta viagem

Intramuros, labirintos,

Íntima, inescrutável a outros

O pescador adentra o mar

A conquista de sua busca

Na rede suas vitórias

A si justifica suas metas

E a vida tem sentido

Achou o alimento

Procurado entre as vagas

Nas ondas revoltas do ofício

Assim a construção

Pelo operário, tijolo a tijolo,

Levantando o muro de seu arrimo

A obra vistosa aparecendo

A lavadeira estendendo as roupas

No varal deserto, logo embandeirado,

Registrando sua lida, o resultado

De um dia de seus afazeres

No etéreo deste brando vento

No inócuo dos sentidos

A sutileza da angústia

De quem não vê o que produz...