(In)verdade
O vazio de idéias me leva a lugar nenhum
Palavras me faltam, a gramática falha
Como explicar se não sei compreender?
De uma hora para outra não sei mais escrever
O papel me encara, ironicamente em branco
O mesmo branco que invade minha mente cansada
Tudo está pela metade, um começo sem fim
Não sei o que penso, o que mais está por vir
Muitas interrogações, raros pontos finais
Sem coerência nenhuma rabisco o alfabeto
Busco sentido literal e existencial
Nada me satisfaz, só rimas baratas
Quem sabe amanhã retome o rumo
E engane o mundo com meu arsenal de clichês
Enquanto perdido só me resta o abrigo
Das coisas que fiz, de quem já enganei
Se está lendo isto não acredite no que digo
Quem sabe eu não esteja te enganando também?