De viagens verdes e cinzas
O som das folhas verdes caindo no chão e esmagadas por pegadas de gigantes e o som das verdes mentes caindo no chão e esmagadas por pegadas de gigantes e o fogo que emerge dos isqueiros e a luz que dança no escuro e tremula vazia no que os cientistas decidiram chamar de combustão e no trilho que as coisas seguem e na volta que a cabeça dá, estavamos bem, nos perdendo ao longe de qualquer avenida. Eu gosto as vezes de apenas caminhar com bons sapatos em boas trilhas. De enfeites e de adornos ao redor da falsa placa de pare.estacione.pense.volte.e jamais esquecemos de apertar o botão da bomba H que vocês nos deixaram como uma espécie de herança ao futuro de toda população. Enquanto caminhava encontrei um cara que me contou que longe daqui trabalhava muito duro e não tinha tempo para fazer as outras coisas e aí ele veio até aqui para fazer as outras coisas, mas eu sei que ele queria voltar e trabalhar e sentir seus músculos cansados no final do dia e se comparar com um cavalo a cada entardecer. E nos entorpecemos naquele imenso quadro verde que alguém muito distante pintava com seus pincéis brancos de papel. Uma verdadeira mata narrada e desbravada pela voz rouca enlouquecida de uma esfera louca. Cega.
Peguei um ônibus que enfumaça a cidade logo após, lá se vai todo nosso investimento anterior e me afundo num banco sobre o motor e abro a janela e respiro ar impuro destilado pelos prédios que começam a surgir. Lá se vai nossa liberdade, mente.