Fui ao fundo do poço, 
com o rosto no chão todas as lágrimas derramei sem ninguém ver. Fiquei no escuro, 
sem ilusão de ter a luz de seus olhos brilhando em minha direção.
Fui ao fundo do poço e 
não cuidei nem um pouco de mim. 
Eu me alienei, 
desvivi na realidade do breu.
O exílio era puro fascínio, 
não havia futuro sem você.
Estou emergindo do fundo do poço 
e na moeda esquecida no bolso, meu último desejo: te esquecer.
Agora sou eu que não te quero,
que não tenho tempo,
que não posso...
Enquanto tento te convencer dessa inverdade, que é minha,
vou ruminando todo o sabor do lodo.
Escape você agora,
de todo o pesadelo que vivi, no subterrâneo de meu próprio eu.


Railda
Enviado por Railda em 27/09/2012
Reeditado em 28/03/2016
Código do texto: T3903592
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