Na janela ao meu lado
Todas aquelas feridas
Criadas por tombos de bicicleta
Secaram, fecharam
Como todas as portas que estavam abertas.
Minha guitarra, já meio amarela
Faz pose para me impressionar, mas
O universo lá fora, que nunca foi meu
Grita meu nome, parece querer me conhecer
Na janela ao meu lado
Vejo um sonho desaparecer
Todas as cores, em terrível agonia
Insistem em esmaecer
Tormento inaceitável
Esse que transforma cada segundo
Cada vazio momento,
Em uma tortura deplorável
A solidão nunca foi uma escolha
Nem mesmo os falsos sorrisos foram calculados
Apenas cavei uma cova para abrigar
Aqueles sentimentos adoentados
Nenhuma escolha me leva a mim
Nenhuma esquina me deixa pensar
Parece que o destino
Luta para que eu nunca possa me encontrar
Irônico esse passado
Sempre a me encontrar
E em seu abraço fatal
Tudo que posso, é em silencio aceitar.