Na janela ao meu lado

Todas aquelas feridas

Criadas por tombos de bicicleta

Secaram, fecharam

Como todas as portas que estavam abertas.

Minha guitarra, já meio amarela

Faz pose para me impressionar, mas

O universo lá fora, que nunca foi meu

Grita meu nome, parece querer me conhecer

Na janela ao meu lado

Vejo um sonho desaparecer

Todas as cores, em terrível agonia

Insistem em esmaecer

Tormento inaceitável

Esse que transforma cada segundo

Cada vazio momento,

Em uma tortura deplorável

A solidão nunca foi uma escolha

Nem mesmo os falsos sorrisos foram calculados

Apenas cavei uma cova para abrigar

Aqueles sentimentos adoentados

Nenhuma escolha me leva a mim

Nenhuma esquina me deixa pensar

Parece que o destino

Luta para que eu nunca possa me encontrar

Irônico esse passado

Sempre a me encontrar

E em seu abraço fatal

Tudo que posso, é em silencio aceitar.

Caecus
Enviado por Caecus em 23/09/2012
Código do texto: T3897701
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