Olhares: Reflexão poética
Se eu apertar com bastante força meus lábios, conterei meu choro. Sem ar, tiro-me o fôlego... Mas não morrerei.
- Deixe-me então reativar as tuas forças diante do impacto mútuo do nosso súbito contato, para que possamos junto reviver outros passos.
Ajeita minha cabeça e parece tentar me equilibrar dentro de um soluço, diante de alguma coisa que não consigo ver.
- Estou aqui diante de ti para o afago a estancar qualquer nebuloso presságio e a mergulhar nesse olhar tão bonito.
Emoldura-me num mundo como se ele - espelho para mirar-me. As avessas tropeço no seu “Suspiro” que dói-me tanto quanto um " nunca mais" ...
- Inevitável reencontro de si mesmo diante da leveza suave que se abriga,
no íntimo do nosso recôndito e sofrido ser a pedir socorro.
Confortavelmente no meu rosto comprido, fino e melancólico... Olhos “distante, como no primeiro dia...
- Agora já engolimos algumas auroras, depois da coragem de abrir: Frestas, portas e janelas do nosso Eu para que o sol trouxesse vida e calor.
Sei da minha fragilidade... É do tamanho de todos os espaços. Mas sei, também, que divido a verdade que se reparte em tudo...
- E ela está a postos a fortalecer e entrelaçar nossos laços. Atar os nós desatados, juntar e amalgamar nossos cacos a nos tornar unos.
Que é tanto. Assim tenho “você minha verdade inteira” e a nudez maior dentro das minhas... Perguntas mudas.
- Sim! Há que se transbordar por inteiro... Que venham então as perguntas a despertar as respostas dissipando a inquietude pelo sadio confronto.
Quando o mistério é impressionante demais, a gente não ousa desobedecer.
- Então obedeçamos aos desígnios do que nos foi traçado para que se desvende o enigma desse adorável processo de amar sem medida.
Fall & Hilde
Nota: Desdobramento do poema “Os teus olhos...”publicado em:
http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/os-teus-olhos?xg_source=activity