Falso self

Como pode sentir-se ausente? Se ao menos existissem duas vidas, que preexistissem paralelamente e se cruzassem em momentos fatídicos... Mas isso não faz sentido! Às vezes parece sentir uma espécie de nostalgia, principalmente quando pensa no futuro. Caminha para frente e vê novamente o passado, como numa tendência humana de repetição, originada pela pulsão de morte, que assim denominou o pai da psicanálise.

Ele não queria ser perverso, mas o mundo o fez assim. Lembra quando pequeno, de correr pelas ruas sentindo o vento em seu rosto. Pensava que era livre. Hoje está atormentado. Como pode ele fugir desse manicômio? Como pode haver tanta hipocrisia? À medida que crescemos, a maldade vai aumentando, como o veneno da picada de uma cobra na corrente sanguínea, lenta e mortal.

As vozes comunicam outras realidades, tais situações confundem a realidade do que vem a ser fantasia, ora posicionando-o num campo, ora em outro. Assim, como lhes é notório, sua vivência migra entre o suave movimento de um balanço no parque e a tempestade no oceano pacífico; este último, sua própria consciência.

O que vem a ser mais verossímil do que seu olhar? Ele não engana o mundo, somente desvia a verdade. Um sorriso sádico, tal satisfação de humilhar lhe transmite a sensação de um orgasmo. Talvez compreensível. Nós humanos somos muito parecidos, mas ele sabe o que pode e o que não pode esconder, e tu, pensas que sabes, mas no fundo, a maior vítima disso tudo é apenas uma pessoa.

David dos Santos
Enviado por David dos Santos em 21/09/2012
Reeditado em 21/09/2012
Código do texto: T3892738
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