= Em busca do saber =
Levantei-me cedo
Sair em busca de respostas
Esquisito, não é mesmo?
Às vezes eu faço isto.
Desci até a nascente que corre por entre as arvores.
Fiquei ali a meditar...
De um lado água límpida e corrente a deslizar por sobre as pedras, gaiteando feliz em liberdade.
Do outro lado, um poço de água estagnada com folhas, pequeno pedaços de galhos que boiavam em suas águas. Baratas d’agua, entulhos, plásticos, ate cacos de vidro, eram o que povoavam aquele lugar.
Bem diferente da nascente de águas frias, cheirando a vida, que ainda caminhava para o seu futuro distante.
Meus pensamentos buscavam a entender aquele enigma. Seria eu igual a nascente que busco novos caminhos ou apenas um estagnado poço triste, acompanhado dos mais sórdidos pensamentos?
Sentei-me, entre a nascente e o poço... como resolver aquele impasse?
O problema não era o que eu sou, mas o que eu quero ser. Deitei-me ali mesmo; fechei os meus olhos, a minha mão esquerda coloque-a nas águas límpidas; a direita, nas águas sujas do poço.
Em pouco tempo obtive a minhas respostas. Minha mão esquerda estava livre, balançava em deleite nas águas da fonte. A mão direita afundada entre água e lama. Um calafrio tomou conta do meu ser, retirei a mão. Lavei as mãos, tomei daquela água fresca.
Nesta hora, eu pude entender que, a inércia, não vai de encontro ao futuro, é como viver entre muros, alimentando ou alimentado pelos excrementos dos sentimentos menores.
Aprendi muito, mas não o bastante... Sabedoria não se alimenta de conhecimentos, e sim, de nossas ações. Voltei em casa, peguei uma enxada, voltando ali, abri um pequeno canal ligado às águas correntes, ao poço, que por algumas razão, eu ouvia o seu pedido por socorro. Em pouco tempo, aquele poço se tornou limpo, suas águas agora pura, acolhia uma grande quantidade de pequenos peixes. Era a vida de volta em abundancia. O poço garboso, não apenas por sua grande beleza, ele se alegra por ter se tornado muito mais profundo.
Antônio José Tavares.( tonho)