Teu peito é o alvo.
É preciso fazer versos sem rima
Para atingir o âmago do espírito lírico.
Não posso fingir que compreendo
Quando na verdade, sou invés de santo;
Obsceno.
Se me esforço à prática doutrina,
Do amor dos homens ou dos anjos,
Perco o senso e a língua tropeça
No caminho insólito vejo meu regresso,
No meu peito uma voz sombria grita
Meu desejo saciar estima.
Ávido, busco a seiva do amor bandido,
Pra suprir a falta da saudade,
Pra curar meu coração dorido.
Corro atrás da posição correta,
Firmo o pé, mas a alma palpita
Pra lançar em teu olhar a seta.
Brasília 20/10/2006