Teu peito é o alvo.

É preciso fazer versos sem rima

Para atingir o âmago do espírito lírico.

Não posso fingir que compreendo

Quando na verdade, sou invés de santo;

Obsceno.

Se me esforço à prática doutrina,

Do amor dos homens ou dos anjos,

Perco o senso e a língua tropeça

No caminho insólito vejo meu regresso,

No meu peito uma voz sombria grita

Meu desejo saciar estima.

Ávido, busco a seiva do amor bandido,

Pra suprir a falta da saudade,

Pra curar meu coração dorido.

Corro atrás da posição correta,

Firmo o pé, mas a alma palpita

Pra lançar em teu olhar a seta.

Brasília 20/10/2006

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 21/02/2007
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