CINZAS DOS ETERNOS CARNAVAIS...

Soa o mesmo sino,

na alta madrugada.

Ainda há pouco,eu despertava ao som...

da também mesma locomotiva.

Vinda nas marchas lentas do passado,

se enroscou nas serpentinas

levantou os confetes dos dormentes...

e me trepidou.

Depois...

quando parecia estacionada

nas breves plataformas das estações,

ergueu farol,tomou fôlego

e apitou mais uma vez.

Sem rasgar a fantasia,

penetrou a nostalgia,

e seguiu na noite...

rumo às inexoràveis cinzas

de mais um carnaval.

Tampouco percebeu as badaladas...

de mais uma hora.

Para quê?

Apenas foi-se embora.

UCHOA, 20/02/2007