Penitente
O silêncio sepulta o peito e os lábios acimentam-se.
A língua, agora pétrea, repousa na boca.
Vaga, penitente, a virgem enlutada sob o manto negro.
Desfaz-se, em cinzas, os pés descalços, secos.
Secos...
Os olhos, opacos, não lamentam a própria morte.
Vaga a virgem enlutada... a virgem seca.
Seca!
(Raquel Zichelle - 30/03/2012)