O SUJEITO E OS ANJOS
(bonecos humanos)
O Sujeito,
Repleto de elegância,
Chega ao mundo,
Com encanto de criança...
Arrasta-se pelo tempo,
Tal qual a uma serpente
Ate tomar forma de gente...
Coração resiliente
Batendo junto
Ao peito...
Os olhos esbugalhados
A respirar o ar rarefeito...
Seguiu a escrever a sua historia
Entre batalhas vencidas...
Outras tantas lutas
Inglórias!
Pisando suas trilhas
Com suas historia escritas...
Nas tabulas da vida
Reveza-se entre a saudade...
O amor e a maldade
O descaso e a vaidade...
Mas, o sujeito!
Da mesma forma,
De quem se lançou ao mundo
Ainda sem firmamento...
A vida o tombou,
Como quem lhe rouba
O tempo...
Mesmo ainda
Desfeito,
Entregou-se a esse leito
Como se não lhe pertencesse
A vida de sujeito...
Então!
Os Anjos espalhados,
Por essa entidade,
Em forma de jaleco branco,
Ataram-no a sorte ao ouvir seu coração
Batendo juntado ao peito...
Não se importaram com a demência
Desse cérebro que já não pensa...
Nem se o corpo já não responde...
Os comandos de sua essência...
Acolheram-no por entre os anos
Como se fosse o Sujeito,
Um lindo boneco humano.
Quem desvendará esse mistério,
Que envolve o homem em terra,
Unindo Sujeitos e Anjos
Resignificando a vida
Como se fossemos todos
Homens!
Bonecos humanos?
(...Em agradecimento a todos os Anjos: funcionários, enfermeiros e médicos, do Imperial Hospital de Caridade, pelo profissionalismo com que tratam os Sujeitos nem tão pacientes que são alojados nesse hospital... em nome de “Cesinha”, Sujeito hospitalizado há mais de dez anos, nessa entidade...)