Campo de guerra
Campo de guerra
A batalha contra o exército das letras é eterna. Alguns batalham contra a tropa dos poemas. Outros preferem atacar o quartel da prosa. Em ambos vemos linhas de frente. E sempre, quase sempre sem perceber, somos atacados pelas entrelinhas. E há um bônus de dano nesse exército por nível causado de empatia. Armas para todos os lados, não há escassez de recursos se o quartel de inteligência inventiviajosa foi bem treinado, e não há fardos a carregar. Equipamento leve, ataque pesado. A pena ataca pesado sempre. É uma metralhadora com potencial de armazenamento de munição eterno. Nunca para de atirar, se bem manejada. Em silêncio, somos metralhados, dilacerados, esfaqueados e esfaqueamos, dissecamos e os dilaceramos, e bebemos de seu sangue oculto para manter a alma viva. Somos vampiros e lobisomens poéticos com presas e garras para tentar agarrar os sentidos. Sentido! Eles não fazem. São desobedientes. Obedecem apenas à regra de não ter regra e ao general da frente de uniqueza. O único e exclusivo propósito é esse: A guerra. A guerra para fazer guerra. A guerra pela próxima guerra. E pela próxima guerra depois da próxima. Guerra de versos. Guerra de frases. Guerra de capítulos. Avançar para a próxima página da guerra. Recuada para a linha anterior. Ataque inesperado de reviravolta no enredo. Eu amo a guerra. Eu amo a guerra de versos. Eu amo a guerra de metáforas. Guerra de personagens. Guerra de interpretação. Guerra de citações. Eu amo a guerra. Eu amo tudo relacionado à essa guerra eterna.
Só com esse tipo de guerra consigo um pouco de paz.
Dija Darkdija