O MUNDO DE OZ
 
Ao acaso, lembranças recortadas povoaram meu silêncio.
Fiquei pensando nas experiências que nos mostra-esconde-assusta... Andei assustada por aqui... Uma ventania dessarrumou os “arrumadinhos” meus... Recuei e como fuga caí “Doroth”, no Mundo de OZ, lugar longínquo das coisas de cá.
Mas, ao contrário da Doroth, não queria um caminho de volta pra casa... pelo menos por um tempo, tempo de arrumar a visceral bagunça...
Nesse entremeio, nessas andanças, personagens desse fascinante mundo de OZ surgiam... Encontrei o homem de lata e, ávida por respostas, o indaguei:
- O que é certo? O que é errado?
O homem de lata, sem coração, nada disse. Sua emoção não havia... palavras não saíam...
Segui em frente.
A lúgubre caminhada fazia-me pensar e penar.
Ao longe, em meio a uma densa plantação, ele - O Espantalho - espantava... Aproximei e, ávida por respostas, o inquiri:
- O que são limites? O que são fronteiras? Até onde devo ir?
Mas o espantalho não podia me responder, pois não tinha cérebro.
Prossegui...
Mas a frente, outro encontro: O leão!
Ávida por respostas, com galhardia pergunto:
- De que é feita uma amizade?
- Como preservá-la?
-Há uma linha tênue que separa um amigo de um homem?
Não há? Haveria?...
Sem ar... sem hás...
O leão, apesar de sua juba imperial, não possuía coragem para, ao menos, arriscar uma resposta.
Sem respostas verbais, haveria de ler seus corpos, seus gestos... Percebi a posteriori que, ao inquiri-los, todos apontavam com os olhos para o Castelo de OZ. Seria ele, O Mágico sabedor de todas as respostas?
Continuei a buscar...
O castelo distante, demorei a encontrar.
Dias a fio... Tempos e intervalos crescentes... crescendo...
Em persistência, alcancei sua entrada, que era linda e cercada de águas por todos os lados.
OZ parecia, por magia, saber de minha presença, pois os portões se abriram sem que eu me anunciasse.
No interior do castelo, diante do Mágico de OZ, nada disse, nada perguntei. Apenas fitei-o com olhos cuidadosos num silêncio falante, para tão logo, de sua boca ouvir um sussurro voar aos meus acanhados ouvidos:
- As respostas estão dentro de você! Vá em paz, tudo está bem.
Inquietações dissipadas, saí em busca do caminho de volta para casa. Estava com saudades, criei coragem e com cérebro pensante, fui refletindo coisas e situações inusitadas das quais vivenciei nessa vida minha/nossa de cada dia... O coração bateu forte. Às vezes sorria, noutras estremecia... Mas continuava achando que tudo estava bem mesmo... Dentro do sim...

 
Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 14/09/2012
Reeditado em 22/01/2013
Código do texto: T3881449
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