Quando no coração existe amor é impossível extraviar-se do caminho.
Escreveu Rumi: O teu amor veio até ao meu coração, vestiu as vestes do amor e partiu. Depois retornou, desvestiu as vestes, mas mais uma vez foi embora.    Timidamente lhe supliquei que ficasse comigo que ficasse comigo ao menos por alguns dias e noites a mais no abraço com que me acolhia. Ela então sentou-se junto a mim e, no mais puro encantamento, por amor, se esqueceu de partir.
Ainda que com desejos e finalidades diferentes, Deus e sua criação, o jardim, o perfume das flores, a tristeza, a alegria, a contemplação, a sensualidade, a mulher, sempre foram pretextos para os poetas descreverem seus sentimentos. Tudo em nome do amor. O amor que se esquece de partir de nossas vidas.
Conta uma lenda que há mil anos atrás, um poeta impedido de ver a sua amada, ateou fogo à porta da casa, para entrar e vê-la. Foi detido e levado à presença do Sultão. Declarou-se inocente e como tal foi reconhecido pelo tribunal dos Imãs, ao alegar que a causa do desastre foi uma fagulha que se soltou involuntariamente do seu coração ardente.
É o amor que torna infinita a vida que é frágil e precária.

(Istambul 13 setembro, 22.42h)
Byülki
Enviado por Byülki em 13/09/2012
Reeditado em 13/09/2012
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