MINAS DAS MINHAS GERAIS

Um dia o escrevedor disse:"Que das Minas Gerais,quem te conhece não esquece jamais."

Esta é a Minas dos devotos dos Santos Reis

Minas das escravarias

da fé dos caminhantes a Romaria

pagando com fé os votos à Maria.

Minas dos carros de bois oriundos do sul de Minas

dos raros monjolos ainda a socar o milho

da Maria fumaça comendo os trilhos.

Diz-se do nosso caipira é gente fina

nos vilarejos ainda se lavam roupas nas tinas.

Minas dos Coronéis das polainas polidas

das bengalas em cabos de marfim

eram homens de verdade os que assinassem

com um fio de barba,uma folha em pergaminho.

Minas das bolas de meias

das traves marcadas com pedaços de pedras

ao terminar o jogo serviam-se as ceias

já dizia o mineiro:Barriga cheia pé na areia.

Minas do mestre aleijadinho

com mãos em trapos delineavam as suas artes

já quase sem alguns membros

aqui na terra nos deixou à sua parte.

Minas do ilustre Juscelino

fez de seu sonho a realidade

a construção de uma cidade impoluta

hoje, o pesadelo de ser uma cidade de gente corrupta.

Minas das montanhas verdejantes

das planícies onde se pastam o gado

ao longe ainda se ouve o berrante

e um regato cortando os prados.

Minas dos cerrados dos Ipês

nas cores amarelo branca e roxa

das lendas dos Sacis Pererê

da mulher de branco trazendo na cabeça uma trouxa.

Minas das fazendas das janelas enormes em jacaranda

com as sua floreiras de primavera

da mocinha que já dizia:Quando eu casa eu vou pra la

e do rapaz trigueiro a sua espera.

Minas das Marias lavando suas roupas na beira rio

dos benzedores que tiravam as cobras dos pastos

do amolador de facas que afia o fio

O Eremita da montanha que se acha um homem casto.

Minas dos fornos de barros

onde se assam os pães de queijo

do gozador que esta sempre a tirar um sarro

da doida varrida que esta sempre querendo um beijo.

Minas terras do meu chão

terra que me viu nascer

aqui vivi a minha juventude

meus amores e paixão.

Meu torrão de Mineiro

é aqui que tu veras o meu envelhecer.