DOR DA ALMA


Inda não faz nem dois meses
Mais uma vez operada
E desta vez da coluna
Que estava fraturada.
Tanto já doei de mim
Que na hora que é a minha
Quase já não tenho nada.
Sinto-me inútil, uma intrusa,
Mesmo dentro da minha casa.
Meu consolo são as lágrimas
Quando não posso evitar,
Choro às vezes de desgosto
Por senti-me mal amada
Porque em toda minha vida
Só dei amor e mais nada.
E depois o que me resta
É chorar de angustiada.
As lágrimas me regam o pranto
Quando a alma sente-se desesperada
Talvez nem seja maldade
Só irreconhecimento do amor
Por uma mãe dedicada,
Ou por imaturidade.
A gente vai perdoando e de tanto que perdoa
Sente-se esvaziada.
São tantas mágoas que às vezes
Nos aconselha a chorar,
Silenciar e desejar apenas dormir
Para esquecer tanta dor,
Que sem dúvida, alguma
É dor que nos invade a alma.