Coisa que passam pela cabeça

Um dia, estava eu na recepção, quando saiu um senhor do elevador e pediu para chamar a esposa, e assim fiz, a Sr.ª quando chegou á recepção agradeceu-me por a ter chamado e logo a seguir “atirou-se” aos lábios do marido com toda a sua energia, (parecia uma colegial). Reparei no acto porque também é o que faço com o meu marido, mas é tão raro ver estas paixões quente e sinceras, que não consegui deixar reparar, e por isso peço desculpa.

Vestia roupa em tons de xadrez vermelhos e pretos, lembro-me que trazia saias e umas meias escuras mas do que mais me lembro é do chapéu que trazia na cabeça este deixava transparecer os cabelos grisalhos até aos ombros.

O chapéu dava-lhe um ar altivo mas no olhar via-se humildade, bem-estar e alegria e não arrogância ou vaidade

Não passava despercebida por onde passasse (eu já tinha reparado nisso), respeitavam-na, não me perguntem porquê, no seu passar ficava a energia do seu andar e do seu olhar perspicaz deixava rastos da sua inteligência, rastos que perduravam nos corredores.

O encontro durou pouco tempo e despediram-se com outro beijo, mais uma vez reparei no acto e notei que o seu rosto ficou vermelho quase como o vermelho da sua roupa, amor, inocência e pureza, como o nosso primeiro amor, foi o que eu vi e senti desse momento.

Curioso o meu interesse em conhece-la mais um pouco….

Coisas que passam pela cabeça.

Hoje é minha directora.

Ana Mª Costa