ABANDONO
A pele na pele da transformação da chuva em suor do mar agridoce
Os olhos das folhas campestres que caíram nos meus pés de água salgada
Para navegarem num passado e presente interrompido de dias e horas contadas.
Velejei sozinha no céu acima dos mastros e lemes erguidos à grandiosidade azul
E voltei à ilha do sufoco escondido que desemboca no cais abandonado e marcado.
Atraquei o peito nú ao cartaz que anunciava o mar sereno, alaranjado e tardio
Mas as cordas soltaram-se e boiaram leves pela ondulação dos teus braços.
Afoguei-me na dor do teu corpo e remei ao abandono das tuas mãos paradisíacas.