Será que você volta?

"Pra ser amor, tinha que ser nós dois."

O sol acabara de nascer, mas a chuva insistia em cair. Meus olhos ficaram embaçados, as lágrimas percorriam todo o meu rosto, não entendia o porquê, mas eu chorava com o céu, ou o céu chorava comigo? Na verdade nunca conseguir compreender bem este paradoxo.

Mas, enquanto eu chorava, sentir todo o meu corpo estremecer, e à medida que ele foi cedendo, me vir cair a beirada da cama. Eu estava sozinha, a beira da cama e em prantos, e não havia para quem ligar. Não havia alguém que atravessaria a cidade, somente para vir me abraçar. Eu estava sozinha, doeu admitir.

O chão estava úmido, levantei-me, e deitei sobre a cama. E então, as lembranças voltaram rasgando meu peito, abrindo as feridas que eu estava tentando cicatrizar. Voltaram para fazer meu peito sangrar outra vez. Meu corpo queimava a cada lembrança que retornava. Minhas lágrimas não cessavam, havia perdido o controle das minhas emoções.

O teu nome volta e meia, estava em minha boca, a tua imagem não saiu da minha memória. Quis sair correndo e ir ao teu encontro, mas não tinha esse direito. Você anda sorrindo, diz está vivendo um outro amor, e eu não quero roubar teu riso. Mas, você não sorrir como antes. Teus olhos já não brilham tanto. Você não olha nos olhos dela. Seus dedos não encaixam nos delas. O teu peito não a acolhe. Você já não sorri depois do beijo. Você não escreve mais poesias, sequer toca seu violão.

Você seguiu outros caminhos, mas, esqueceu tua alma junto com a minha, esqueceu teu corpo no meu. Você esqueceu teu riso encantador, o teu violão, seu caderno, suas canções. Você realmente esquece-os, ou os deixou propositalmente?

Você volta em um dia? Uma semana? Um mês? Eu espero. E quando eu ver-te chegando, meu riso encherá a casa de alegria, colocarei nossa música ao fundo, e irei ao teu encontro. Entrelaçarei nossas mãos, na mais perfeita sincronia. Me aninharei em teu peito, onde caibo perfeitamente. Irei te olhar, e verei novamente você sorrindo para mim. Irei te levar até o nosso jardim, mostrar-lhe o céu, já não chove, o céu está limpo, o sol já brilha.

E então, direi que te amo. Mas, você ainda não vem. Teima em acreditar que ama um outro alguém, mesmo sabendo que o teu amor está tatuado em meu peito, e já não pode pertencer a mais ninguém.

Pra ser amor, tem que ser nós dois. Não esquece!

Scva
Enviado por Scva em 10/09/2012
Código do texto: T3874551
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