Identidade

As nuvens são móbiles pendurados no céu.

os animais são fantoches da vida humana.

E nós somos espectros de deuses,

meio mágicos,

meio loucos,

meio sábios,

meio tolos,

meio soltos

demais.

Vivemos a semi-liberdade de sermos felizes.

Em buscas nem sempre reais

alçamos vôos arriscados

num misto de coragem e medo.

Buscamos nosso néctar em outras flores.

Queremos a aceitação da tribo.

Às vezes conseguimos,

às vezes...

Mas as metáforas ajudam a passar o tempo

e as digressões pela imaginação

nos fazem driblar o mal momento.

E no final de cada história haverá sempre um pouco de tudo.

Das ambiguidades que somos

ficarão espalhados em versos e contos

uma esfera aqui

um termo epiceno ali

e várias idiossincrasias.

Ou então simplesmente ficará na memória de um olhar,

guardado no calor de um raio de sol,

ou escondido atrás da cor azul de um arco-irís

esse segredo revelado de que na verdade

não há identidade,

somos muitos,

nenhum,

todos,

qualquer um,

somos tudo que o desejo puder sonhar.

Bárbara A Sanco
Enviado por Bárbara A Sanco em 08/09/2012
Código do texto: T3872177
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