Identidade
As nuvens são móbiles pendurados no céu.
os animais são fantoches da vida humana.
E nós somos espectros de deuses,
meio mágicos,
meio loucos,
meio sábios,
meio tolos,
meio soltos
demais.
Vivemos a semi-liberdade de sermos felizes.
Em buscas nem sempre reais
alçamos vôos arriscados
num misto de coragem e medo.
Buscamos nosso néctar em outras flores.
Queremos a aceitação da tribo.
Às vezes conseguimos,
às vezes...
Mas as metáforas ajudam a passar o tempo
e as digressões pela imaginação
nos fazem driblar o mal momento.
E no final de cada história haverá sempre um pouco de tudo.
Das ambiguidades que somos
ficarão espalhados em versos e contos
uma esfera aqui
um termo epiceno ali
e várias idiossincrasias.
Ou então simplesmente ficará na memória de um olhar,
guardado no calor de um raio de sol,
ou escondido atrás da cor azul de um arco-irís
esse segredo revelado de que na verdade
não há identidade,
somos muitos,
nenhum,
todos,
qualquer um,
somos tudo que o desejo puder sonhar.