BATOM VERMELHO

Naquela tarde ensolarada

Na PATRIARCA

Você surge do nada

De repente

Põe-se a minha frente

Querendo ser notada

Seus lábios cobertos

De batom vermelho

Realçava toda beleza

Do seu rosto moreno

Queimado pelo sol

Para o meu desespero

Não conseguia disfarçar minhas intenções

Desejava sua boca

Desejo ardente de morde-la era tanto

Num gesto insano

A beijei...

Sua reação me causou espanto

Você me aceitou

Aceitou meu beijo

Olhou-me com um ar de menina

Pedindo mais...

Mesmo sabendo que eras noiva

Que em breve se casaria

Não hesitei e de novo a beijei...

Naquele momento o céu se abriu pra nós

Éramos dois jovens

Descobrindo a sutileza do desejo ingênuo

Não havia palavras para expressar

Nossa emoção

Abraçado ao seu corpo

Recebendo todo seu calor

Conseguia sentir o compasso

Das batidas do seu coração...

Por alguns meses mantivemos

Em segredo esse “namoro”...

Houve muito choro

Sua sina era casar-se...

Depois de tantos anos passados

Eu há vinte anos casado

Lembro-me da sensação que senti

E do gosto daquele beijo...