O CIRCO

O CIRCO

luizcarloslemefranco

O circo divide-se em platéia e atores, animais ou não.

O público bate palmas, come pipoca desinteressadamente; os atores aprumam-se, trabalham com afinco, mostram ou querem fazer o melhor que podem, usam o melhor paramento que têm.

Os atores esforçam-se, dedicam-se ao mister de tornar os outros interessados no que fazem. Querem impressionar bem. São profissionais adestrados, capazes, sérios, honestos.

O público se descontraem uns, tensam-se outros, mas todos estão descompromissados com o próprio serviço e se dedicam a avaliar o trabalho dos outro:, do fogueiro, do equilibrista, do palhaço, que parece trabalhar mais tempo que os demais, posto ocuparem todos os intervalos das apresentações.

Os prezados assistentes riem, ficam sérios de mentirinha, atentam-se em alguma mágica, prestam atenção no trapezista.

Outros prezados curtem as ginastas, o número na rede, os animais torturados para apresentarem algo que não são de sua índole e não lhes dão sensação agradáveis alguma.

Alguns conversam, outros se distraem com as palhaçadas daqueles que estão a tentar fazer todos rirem, nos que trabalham de verdade.

Os circenses se compenetram, mostram-se e executam seus trabalhosos e trabalhados números. Maravilhosos.

Dos que os miram, alguns nem prestam atenção no que bem sucede nos picadeiros.

Os trabalhadores da lona suam, estressam-se, Os demais, sem empenho em nada a mão ser aplaudir, refrescam-se com beberagens algumas. Divertem.se. Os do circo trabalham, Os demais não.

Quando algo não está bem, está bagunçado, dizem que é um circo.

Só se for as cousas dos espectadores da vida, pois as dos outros funcionam. E bem. Palhaço trabalha.