Partida involuntária
O negrume já domina o céu, não há estrela, e não se vê a lua
aquele jardim de rosas e orquídeas que antes dominava a paisagem
cedeu à maestria da escuridão com total submissão.
Semelhante a minha visão encontram-se meus sentimentos
ela partiu e o espaço deixado não foi preenchido
uma grande e dominadora força me assombra e dilacera meu peito.
Seria um perverso sonho ou subsisti essa realidade cruel?
Preciso fechar os negros olhos e sintonizar as alegrias do passado
te ver e acreditar na pequena hipótese da reconciliação.
É loucura afirmar que sua presença ainda excerce influência aqui
a gigante saudade imobiliza a singela vontade de reagir
a fadiga se faz robusta e a forte sensibilidade me fragiliza.
Lembranças extremanente prazerosas me tocam
mas abro os olhos e a remota esperança se apaga
um passageiro e emocionante momento se foi.