Poeta de letrina
O seu cordel é o seu céu, à frente de seu peito o véu de verdade, referto de alegria, ilusão e saudade. O seu sonho se ilumina quando acha o canal, seu olho à bela menina com coração que se empina, frágil à cristal que fascina. Com seu olhar de rapina ao encantador sinal, qual mareja aos molhos, ao clarear-lhe a retina, mesmo à “Camões” zarolho a mar aberto, porém, com destino certo, agarrando celestinas poesias em molho em seu peito perto. Qual belo menino, em seu encantador quintal, feitio de pipa vermelha que empina. O fogo da poesia vem e centelha, ao fazer-lhe d’alma alva-cristalina. Ei-lo poeta de letrina. Desenhando a entrada real, ao enfronhar-se pela sistina do miolo papal. Eis o poeta de letrina a descrever a arte geral. O poeta é mais arteiro do que se imagina nesta vida real. Eis o poeta de letrina no seu inicio de ofício especial. Papai Noel não existe, mas se acredita em Natal. Eis o poeta jogral, a jogar-se na lida, com iniciais de letrina à feitio global.
O poeta é até matemático à arteiro enfático. Sonhador verdadeiro, e da arte o zombeteiro dramático. Galanteador da amorável moral. Generoso, sensível-dengoso, afinal, é o ser por inteiro, interior-capital.
O poeta prega o verdadeiro evangelho, desvencilhado do aparelho velho, pelo qual algum evangelista se fez envilecido e, ao final, embevecido, e pelo dinheiro aquecido à velhaco carcomido anormal.
O verdadeiro poeta é o pregador do amor profético, é ecumênico-eclético e; muito mais ao final...
Quisera ser um poeta, eclético-jogral a medicar o sentido da vida-moral!