Dizei-me Vós

Dizei-me Vós, Sonho Dantesco, com Vosso hálito de pétalas, de todas elas, talvez, como eu posso ser pássaro livre, ter satisfação na liberdade, se nos campos que sobrevôo não há Vossas flores: não há rosas, Vossos lábios róseos, pétalas suaves, doces beijos; não há lírios brancos, Vossa pele alva, pétalas intocáveis. Dizei-me Vós, como posso voar se não tenho sobre mim o céu noturno, o véu negro que cai sobre Vosso rosto com brilhos celeste, estrelas, e cairia sobre mim, escudo frio que cala o calor doloroso de minha verdade; e dizei-me Vós que sonho hei de encontrar através do brilho de Vossos olhos misteriosos, escuros, turvos... Dizei-me Vós se há por trás dessa pedra obscura sonho ou verdade, se são delírios que também me tenha amor.

Papito
Enviado por Papito em 19/02/2007
Reeditado em 06/09/2007
Código do texto: T386115
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