‘Ser’ Humano
As decisões dão medo, porque há de se escolher, mas há de se deixar. O que se deixa, era o que se queria levar?
A inconstância defronte ao ser humano, impactando-o, deixando insolente e vulnerável. Não há de se saber nem há se provar.
Já não se sabe o que se quer. E se quer, já não se sabe. Porque 'ser' humano nos condiz às oscilações.
Há de se querer ser como o sol, que nasce ao amanhecer e logo se põe, ao entardecer. Deixa-se levar, dando espaço ao brilho lunar. Que, no entanto, se torna díspar em suas fases, tal como nossas inconstâncias.
Ah! 'ser' humano, por que sê-lo se torna tão difuso e imprevisto?
O que não se sabe é que as emoções vêm e vão, num fluxo imperfeito. E há, para o ser, ter de se conviver com isto.
E mais um vez, não se sabe se quer ou se deixa, se vai ou se, simplesmente, fica. Há certeza em querer, mas... Há certeza em voltar? Mas, afinal, por que certeza se 'ser' humano é que é ser incerto?
Vive-se. Mas não se sabe até quando ou, sabe-se lá, o quanto.
Vive-se, para viver não o que se sabe, mas o que se supõe saber.
Vive-se e não se sabe o porquê, e não se sabe querer, se fica se vem, para quem ou de que. Apenas... Vive-se.
(20 de Janeiro de 2010)