NESTAS  TARDES  QUE  MORREM




 
O cenário que  vislumbro  de  minha  janela,é o mesmo  a repetir-se todos  os  dias.
As nuances de céu encarregam-se em deliberar sobre roupagens de penumbras,e aquêles pinheiros à distância...Por vezes revestidos de tons mais escuros,noutras,de  pinceladas indecifráveis,destas que saltam-nos aos olhos como enígmas.
Vez e outra uma turbina  risca em giz a longínqua linha do horizonte.

O  céu  esbanja-se em  ouro puro  enquanto  homens pisam a  frieza do asfalto na minha rua.

Aí  me  dou  conta  de  que  existirá sempre uma ponte entre o dia que morre e a noite que está para nascer.
Então,uma solidão menina (destas que não sabe-se muito bem como explicar) ,quietinha , vai se instalando no peito feito forasteira.
E nesta ponte,sob a qual escorre a mudez das águas do tempo,a única certeza é de que nestes  momentos ,estamos fazendo a travessia...

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Comentário:

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Que lindo! Parabéns! Também vejo o entardecer e me emociono, mas tuas palavras fizeram este poema ser soberbo! Lindo! Abraços, Lùcia.