Comentários de J B Pereira sobre VIAGENS NA MINHA TERRA, de ALMEIDA GARRETT – PUBLICADO PELA PRIMEIRA VEZ EM 1846.

"Em 1846, sai em volume o "inclassificável" livro das Viagens na Minha Terra, publicado um ano antes em folhetim na Revista Universal Lisbonense. Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal."

Como referenciar este artigo:

Almeida Garrett. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-09-01].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$almeida-garrett,2>.

FONTE: http://www.infopedia.pt/$almeida-garrett

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Biografia RESUMIDA: "João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett e mais tarde 1.º Visconde de Almeida Garrett, (Porto, 4 de fevereiro de 1799 — Lisboa, 9 de dezembro de 1854) foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português.

Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática."

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Almeida_Garrett

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/almeida-garrett/almeida-garret.php

Comentários e frases de J B Pereira

RESUMO INICIAL

Há lindas passagens e emoções que nos remetem à trechos de nossa literatura nacional brasileira, desde o bucolismo árcade à idealizações e reificações da performance romântica.

O viés de prosa poética dialoga com outros textos como mitologias, Homero, os filósofos, Byron, Camões (Lusíadas, p. 150), Heloísa e Abelardo, Lamartine, Vítor Hugo, Schlegel, Walter Scott, Mme de Staël, Shakespeare (p. 150), Herder, Schiller e Goethe, Bentham, Nos Açores, recebe uma educação clássica e iluminista (Voltaire e Rousseau, que lhe ensinam o valor da Liberdade), orientada pelo tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra, ele próprio escritor. Em 1817, vai estudar Leis para Coimbra, foco de fermentação das ideias liberais. Em 1820, finalista em Coimbra, recebe com entusiasmo e otimismo a notícia da revolução liberal. Pode-se fazer intertextualidades de bom nível quando se lê outras obras de seu texto ou distante dele ou de outras nacionalidades: Antero de Quental, José de Alencar, Botelho, Gregório de Matos, dentre tantos.

FONTE: http://www.infopedia.pt/$almeida-garrett

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O espírito inquieto e ousado de Garrett marcaram a época inicial do Romantismo Português, porque sonhou e projetou uma sociedade menos injusta com a participação popular e a ânsia de desenvolvimento. Portugal parara no tempo e os reis impediam seu progresso. Triste comparava sua Terra com as de Inglaterra e França, desejava os avanços burgueses e liberais e não os monárquicos e absolutistas.

Ouvindo a música do Skank, imagino que o exílio e a revolta de Garrett podem ser resumidos na letra: "Vamos fugir, Beby, deste lugar... Estou cansado de esperar, Baby... Marajó, Guaporé, Céu azul e qualquer lugar..." Esses elementos de idealização e escapismo constituem a experiência do viajor e do homem romântico... uma maneira toda de Garrett protestar e evadir-se, porque não aguenta ver sua Terra empobrecida e humilhada histórica e economicamente pelos reis e alguns soberanos de Portugal.

Garrett mesmo afirma: "...à penúria absoluta, para produzir um rico? Cada homem rico custa centos de infelizes,... de miseráveis..." Trata-se de um sacrifício de Tântalo: algo irrealizável para os pobres da Terra... uma corrupção desejadas dos nobres da nação... infelizmente. Garrett aqui é tão contemporâneo quanto Saramago, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos...

São calendas ou reflexões de recheio irônico ainda a nos indignar frente à exploração de nossos povos sofridos e marginalizados ainda na Globalização, depois de indignação de Freud, Marx, Nietzsche.

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Epígrafes selecionadas pelo comentaristas na obra de Garrett:

“És mulher, e nas mulheres não e4ntendem os homens...” (p. 226)

“Menti: o homem não faz outra coisa. Eu detesto a mentira, voluntariamente nunca o fiz, e todavia tenho levado a vida a mentir. Menti pois, e agradei porque mentia. Santo Deus! Por que sairia a verdade de tua boca, e para que a mandaste ao mundo, Senhor?”

(p. 228)

“O que o amor produz não se sabe; é tudo isto às vezes, é mais do que isto, não é nada disto. Não sei o que é,; mas sei que se pode admirar uma mulher sem a desejar, que se pode desejar sem a amar. “

"O amor não está definido, nem o pode ser nunca. O amor verdadeiro; que as outras coisas não são isso."

“Tenho visto alguma coisa do mundo, e apontando alguma coisa do que vi. De todas quantas viagens porém fiz, as que mais me interessaram sempre foram as viagens na minha terra.”

“Nunca via tanto milhão, nem ouvi falar de tanta riqueza senão nas Mil e Uma Noites.” (p. 249)

“A sociedade não é o que foi, não pode tornar a ser o que era: mas muito menos ainda pode ser o que é . O que há de ser, não sei. Deus proverá.” A carta de Carlos ao narrador. (p. 248)

“Não quero, não posso, não devo amar a ninguém mais. (...) Eu não me fiz o que sou, não talhei a minha sorte, e a fatalidade que me persegue não é obra minha. Disse Carlos...(p. 246)

Depois de ler a edição de 1973, da Editora Três, São Paulo, SP, faço as seguintes ponderações do Romantismo português nessa obra:

1. Introdução elucidativa da vida de Almeida Garrett: a formação cristã, a adesão à revolução liberal de 24 de agosto de 1820; Doutor em Leis pela Universidade de Coimbra, exilado em 1823 e 1824 na Inglaterra; desempregado 1826 volta a Paris; funda O Cronista em 1827; 1831 organiza expedição militar contra D. Miguel; regressa a Lisboa em 1833; 1837 é deputado por Braga e 1839 por Angra (=Açores); 1846 é cronista-mor do reino e morre em 1856.

2. Ainda na Introdução, há elucidação da obra de Garrett: introdutor do romantismo em Portugal em 1825 com o poema CAMÕES – para retomar e renovar o teatro português.

3. VIAGENS NA MINHA TERRA é uma prova multifacetária, fragmentar, transição entre o arcadismo e o romantismo. É relato de viagens, em tons sentimentais e ideologicamente liberal, com o olhar crítico sobre as tradições portuguesas e seu passado, resguardando o motivo maior da glória do passado e os homens célebres que construíram a cultura e a literatura lusitana. Nessa obra, há poemas, crítica literária profunda, comentários incríveis de cartas, documentos, revisitação de memória coletiva, momentos sofridos e vivos da história portuguesa e as causas da pobreza e marginalização de Portugal na comunidade europeia. Garrett tem seu olhar à luz de sua bagagem cultural e suas viagens à Inglaterra e à França desenvolvidas e liberais.

4. Sua escritura é subjetiva, sincera, vivida, crítica e explosiva de romantismo e busca de modernidade, lamento pelo insucesso de Portugal.

5. Embora os primeiros capítulos pareçam não nos prenderem a atenção e exigir um esforço do leitor jovem contemporâneo acostumado com narrativas breves e fragmentadas, cheia de sensações e expectativas... O Romantismo iniciático de Garrett – nome da avó irlandesa – nos vai conquistando lenta e poderosamente à medida que não nos desanimamos na arte da leitura (dura e sacrificada, por vezes, cheia de nomes, detalhes de uma época e pessoas da história de Portugal em cada região que vai com seus amigos ao lombo de burricos).

No cap. 1: Há aspectos narrativos-descritivos como cotejar vilas, revelar costumes locais ou regionais, criticar a monarquia e o absolutismo, mostrar o saber popular ou costumes ou folclore português: festividades rurais, touradas, cavalhadas, canções sobre o mar, o amor, o homem português como o Fado, música regional ou nacional típica de Portugal, que se avizinha ao sentimento de partida e a sensação de fim-de-dia ou perda de alguém ou alguma coisa. A música sertaneja ou a Bossa, Bossa nova cujo idílio e saudade se assemelham à algumas canções brasileira, seja de inspiração regional, seja a MPB, ou ainda a moderna em Vinícius, o poetinha, João Gilberto, Chico Buarque. Este último havia dito "Tem dias que a gente se gente como alguém que partiu... e deseja mandar a tristeza pra lá..."

Garrett especifica a tensão Quixote como a dimensão espiritual e a teimosia do espírito versus Sancho como a materialidade e a dimensão carnal e realista da vida. Tejo é o emblema do progresso, local das iniciativas e viagens desde o renascimento e as grandes navegações.

6. O núcleo nostálgico do livro, ao lado da rememoração da história e das tradições portuguesas do passado medieval e moderno, é a Joaninha, a menina altruísta, pura, generosa, ousada, sonhadora, antes de tudo, a menina da janela do Vale de Santarém como a menina dos rouxinóis. Enamorada pelo primo Carlos, um tipo de Dom Juan, irresponsável, doidivana do romantismo, que se evade à Inglaterra e se alista no exército contra o rei, Joaninha vai descobrindo os segredos de família. A heroína morre e deixa um legado de dor e saudade! Carlos parte para longe no final da narrativa, descobrindo que o Frei Dinis era seu pai, o que o deixa em maior e mais profunda crise, aumentando sua dor e revolta.

7. A leitura do livro se torna atrativa a partir do capítulo VIII, porque o narrador se revela “não romântico” e “não filósofo” diante das idealizações nativistas de sua Terra: Cartaxo, Santarém... No capítulo IX, revela seu endosso e desejo pelas ideias liberais vindas da França. Mostra que Madame Abrantes, Lafayette, Luís Filipe, Chateaubriand são os que o impulsionaram à rebelar-se contra o poder e adotar o amor à pátria. No cap. X, começa sua narrativa descritiva da janela em que vira a tradição local a menina dos rouxinóis. É a Helena da Odisseia lusitana. Lamenta a pobreza e miséria, os lugares das várias chácaras por onde passou... Sofre muito nas Odisseias das suas viagens. Ao descrever Joaninha, representa bem o contexto patriarcal, culinário, arquitetural da via portuguesa, suas leis rigorosas e religiosidade católica. Também começa por visualizar a conversão de frei Dinis o austero guardião do mosteiro de São Francisco de Santarém. Sempre esconde um pouco mais para ir aos poucos revelando essa figura patriarcal, austera, emblemática do Portugal da tradição e do passado medievo.

8. Frei Dinis – o enigma de um homem - representa o despotismo esclarecido, a síntese entre o Quixote e Sancho Pança. Um pé lá na tradição e outro resistente à modernidade. Zela pela família e visita a Joaninha e avó toda sexta-feira, para o infortúnio de Joaninha e Carlos. O livro revela que o “amor é a última” e mais poderosa virtude romântica e cristã. (p. 92). O Frade rechaça o liberalismo como o destruidor da fé e das tradições.

9. O cap. XVI descreve a conversão de D. Dinis de Ataíde em Frei Diniz da Cruz. “O frade envelheceu 10 anos...” (p. 104) Carlos odiava a figura do frei e parte para a Inglaterra, por lá se apaixona pelas três inglesas, ladies irmãs: Laura, Júlia, Georgina, que vai para o mosteiro como abadessa.

10. A carta evoca o tom de concentração romântica à medida que cativa e seduz o leitor a repensar e sentir com os personagens a vida portuguesa e as incursões militares, além dos amores paradoxais do romantismo. O drama da Restauração é relatado em 1833 com o choque entre constitucionalistas e realistas no cerco de Lisboa (p. 111).

11. O gosto pela arquitetura moçárabe aparece na Igreja de Alcáçova na angulação de janelas e portas de desenhos árabes no cap. XXXI.

12. Há um tom furiosamente melodramático, melancólico, semelhante à indignação e raiva, medo de não obter seu objetivo: abrir os olhos de todos sobre o que Portugal perdeu quando tiranos o governavam... Lamenta-se... Deseja: “vou-me embora fatigado de Santarém...” (p. 222).

13. “Santarém, abandonaram-te, mataram-te, e agora cospem-te ao cadáver. A liberdade não é inimiga da religião do céu e da religião da terra. ” (p. 194). O narrador lamenta a destruição de templos, casas antigas, perdas na memória coletiva da cidade, decorrente das invasões e milícias...

14. Veja outras citações ao longo da leitura: p. 208, 221, 228, 237, 238, 245, 248, 249.

15. “A tudo se habitua o homem, a todo o estado se afaz; e não há vida, por mais estranha, que o tempo e a repetição dos atos lhe não faça natural.” (p. 115).

16. A idealização e o escapismo são os recursos pelos quais o romantismo se afigura nos contornos da prosa e na deificação ou reificação ideológica, cujo remédio literário é a metáfora a adornar a escritura lá onde ela se faz eloquente e sóbria, opulenta e serena, Cristina e vulcânica... “Quem era essa mulher? Aonde, como obtivera ele a posse dessa joia, desse talismã como o qual se tinha por tão seguro para não ver na graciosa prima senão... Senão o quê? A inocente criança que ali deixara [=tinha deixado]? (...) Amava-a ele ainda? Amava. E Joaninha? (...) a imagem da donzela que hoje contemplas apenas com olhos de artista ...” (p. 129-130).

17. A evocação do leitor e da leitora para se posicionar frente aos fatos apresentados é algumas vezes nítida e peremptória. “Leitor amigo e benévolo, caro leitor meu indulgente, ao acuses, não julgues à pressa o meu pobre Carlos... A adúltera foi-se em paz, e ninguém a apedrejou. ” (p. 130)

CONCLUSÃO PROVISÓRIA

O leitor de Garrett deve percorrer os recursos do romance a fim de compreender a invenção da narrativa (suas idas e vindas) como uma retrospectiva, um diário do autor-narrador, as suas reflexões sentimentais e políticas sobre a história de Portugal, a decepção à visita aos lugares abandonados e em ruínas, a decepção política do autor, o adiamento do progresso, o texto marcadamente de citações da cultura do autor, o uso de estrangeirismos, latinismos, sua oratória romântica cheia de nativismo, idealização, utopias, nacionalismo, onde ficção e história se dão as mãos, sua interlocução com o leitor e a leitora conclamados à leitura e às suas ponderações mais íntimas e inquietas. Seu exílio e seu envolvimento na política e sua coragem como soldado ao lado de Dom Pedro contra D. Miguel.

Garrett foi cronista, poeta, jornalista, advogado, diplomata, militar, exilado, deputado, escritor de peças teatrais, decantando o amor e a idealização da nação e da mulher. Defendeu o primado do indivíduo sobre a sociedade corrompida. Morreu tuberculoso em dez. de 1854.

Viagens na Minha Terra começou como folhetins até ser publicado como romance em 1846.

FRASE DO DIA - CONVITE À LEITURA E ACESSO À CULTURA

Leia mais, viva melhor, ame a leitura no prazer de viver. Navegue na leitura e deixe a imaginação à deriva...

OUTRAS OBRAS DE ALMEIDA GARRETT: (referência na p. 87)

Xerxes (drama de 1816)

Lucrésia (tragédia de 1818)

O retrato de Vênus (poesia de 1821)

Catão (tragédia de 1822)

Camões (poesias de 1825)

Dona Branca (poesia de 1826)

Adosinda (poesia de 1828)

Lírica de João Mínimo (poesia de 1829)

O Alfageme de Santarém e Um auto de Gil Vicente (teatro de 1842)

Frei Luís de Souza (teatro de 1844)

Flores sem fruto (poesia de 1845) e O arco de Santarém (romance de 1845)

Viagens na Minha Terra (romance de 1846) e Dona Filipa de Vilhena (teatro de 1846)

Folhas caídas (poesia de 1853)

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COMPLEMENTO EM http://pt.wikipedia.org/wiki/Almeida_Garrett, acesso em 01/09/2012, às 13:48.

Cronologia das obras -Almeida Garrett

Primeiras edições ou representações:

1819 Lucrécia

1821 O Retrato de Vénus; Catão (representação); Mérope (representação)

1822 O Toucador

1825 Camões

1826 Dona Branca

1828 Adozinda

1829 Lírica de João Mínimo; Da Educação (ensaio)

1830 Portugal na Balança da Europa (ensaio)

1838 Um Auto de Gil Vicente

1841 O Alfageme de Santarém (1842 segundo algumas fontes)

1843 Romanceiro e Cancioneiro Geral - tomo 1; Frei Luís de Sousa (representação)

1845 O Arco de Sant'Ana - tomo 1; Flores sem fruto

1846 Viagens na minha terra; D. Filipa de Vilhena (inclui Falar Verdade a Mentir e Tio Simplício)

1848 As profecias do Bandarra; Um Noivado no Dafundo; A sobrinha do Marquês

1849 Memória Histórica de J. Xavier Mouzinho da Silveira

1850 O Arco de Sant'Ana - tomo 2;

1851 Romanceiro e Cancioneiro Geral - tomos 2 e 3

1853 Folhas Caídas

1871 Discursos Parlamentares e Memórias Biográficas (antologia póstuma)

[editar]Publicações periódicas

1827 O cronista

1830 Memórias de uma África sofrida

[editar]Bibliografia ordenada e completa

[editar]Poemas

Hino Patriótico, poema. Porto, 1820

Ao corpo académico, poema. Coimbra 1821

Retrato de Vénus, poema Coimbra, 1821

Camões, poema. Paris, 1825

Dona Branca ou a Conquista do Algarve, poema. Paris, 1826 (pseud. de F. E.)

Adozinda, poema. Londres, 1828

Lyrica de João Mínimo. Londres, 1829

Miragaia, poesia. Lisboa, 1844 (eBook)

Flores sem Fruto, poesia. Lisboa, 1845

Os Exilados, À Senhora Rossi Caccia , poesia. Lisboa, 1845

Folhas Caídas, poesia. Rio de Janeiro e depois Lisboa,1853

Camões, poema. 4ª ed. revista, com estudo de Camilo Castelo Branco. Porto, 1854

Obras póstumas

Dona Branca ou a Conquista do Algarve, poema. Porto Alegre, 1859

Dona Branca ou a Conquista do Algarve, poema. Nova York, 1860

Bastardo do Fidalgo, poema. Porto, 1877

Odes Anacreônticas: Ilha Graciosa. Évora, 1903

A Anália, poesia inédita de Garrett. Lisboa 1932 (redac., Porto 1819)

Magriço ou Os Doze de Inglaterra, poema. Coimbra, 1948

Roubo das Sabinas, poemas libertinos I. Lisboa, 1968

Afonseida, ou Fundação do Império Lusitano, poema. Lisboa 1985 (pseud.: Josino Duriense, redac., Angra 1815-16)

Poesias Dispersas. Lisboa, 1985

Magriço e os Doze de Inglaterra, poema incompleto, Lisboa, 1914

[editar]Peças teatrais

Catão, tragédia. Coimbra, 1822

Catão, tragédia. Londres, 1830

Catão, tragédia. Rio de Janeiro, 1833

Mérope, tragédia. Lisboa, 1841

O Alfageme de Santarém ou A Espada do Condestável. Lisboa, 1842

Um Auto de Gil Vicente. Lisboa, 1842

Frei Luís de Sousa, 1843 (eBook)

Dona Filipa de Vilhena, comédia. Lisboa, 1846

Falar Verdade a Mentir, comédia. Lisboa 1846

A Sobrinha do Marquês, 1848

Camões do Rossio, comédia. Lisboa, 1852 (co-autoria de Inácio Feijó)

Obras póstumas

Um noivado no Dafundo ou cada terra com seu uso cada roca com seu fuso: provérbio n'um acto. 1ª ed. Lisboa, 1857 (redac., Lisboa, 1847)

Átala, drama. Lisboa, 1914 (redac., Coimbra 1817),

Lucrécia, tragédia, Lisboa, 1914

Afonso de Albuquerque, tragédia; Lisboa, 1914

Sofonisba, tragédia; Lisboa, 1914

O Amor da Pátria, elogio dramático; Lisboa, 1914

La Lezione Agli Amanti, ópera bufa; Lisboa, 1914

Conde de Novion, comédia; Lisboa, 1914

Édipo em Colona, tragédia. Lisboa, 1952 (redac.: Porto 1820)

Ifigénia em Tauride, tragédia. Lisboa, 1952 (redac., Angra do Heroísmo 1816)

Falar Verdade a Mentir, comédia. Rio de Janeiro, 1858

As Profecias do Bandarra, comédia. Lisboa, 1877 (redac., Lisboa 1845)

Os Namorados Extravagantes, drama. Coimbra 1974 (redac., Sintra 1822)

Impronto de Sintra, comédia. Lisboa, Guimarães, Libanio, ???? (redac., Sintra, 1822)

[editar]Artigos, ensaios, biografias e folhetos

Proclamações Académicos, Coimbra, 1820, folhetos

O Dia Vinte e Quatro de Agosto, ensaio político. Lisboa, 1821, 53 p.

Aos Mortos no Campo da Honra de Madrid, folheto. Lisboa, Jornal da Sociedade Literária Patriótica, 1822

Da Europa e da América e de Sua Mútua Influência na Causa da Civilização e da Liberdade, ensaio político. Londres 1826

Da Educação. Londres, 1829

Portugal na Balança da Europa: do que tem sido e do que ora lhe convém ser na nova ordem de coisas do mundo civilizado, Londres, 1830

Relatório dos Decretos nº 22, 23 e 24 (Reorganização da Fazenda, Administração Pública e Justiça). Lisboa, 1832, folheto

Manifesto das Cortes Constituintes à Nação, folheto. Lisboa, 1837

Necrologia do Conselheiro Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato, Lisboa, 1838

Relatório ao Projecto de Lei sobre a Propriedade Literária e Artística, Lisboa, 1839

Memória Histórica do Conselheiro A. M. L. Vieira de Castro, Lisboa, 1843

Conselheiro J. B. de Almeida Garrett, autobiografia. Lisboa, 1844

Memória Historica da Duqueza de Palmella: D. Eugénia Francisca Xavier Telles da Gama, Lisboa, 1845

Memória Histórica do Conde de Avilez, 1ª ed., Lisboa, 1845

Da Poesia Popular em Portugal, ensaio literário. Lisboa, 1846

Sermão pregado na dedicação da capela de Nª Srª da Bonança, folheto, Lisboa, 1847

A Sobrinha do Marquês, Lisboa, 1848, 176 p.

Memória Histórica de J. Xavier Mousinho da Silveira, Lisboa, 1849

Necrologia de D.ª Maria Teresa Midosi, Lisboa, 1950

Protesto Contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, abaixo-assinado/folheto. Lisboa 1850 (subscrito, à cabeça, por Alexandre Herculano e mais cinquenta personalidades, contra o projecto de «lei das rolhas» apresentado pelo governo)

Obras póstumas

Discursos Parlamentares e Memorias Biographicas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1871, 438, p.

Necrologia do Sr. Francisco Krus; Monumento ao Duque de Palmela, D. Pedro de Sousa Holstein, Lisboa, 1899 (redac., Lisboa, 1839);

Memórias Biográficas, Lisboa, Empreza da História de Portugal, 1904

Necrologia à Morte de D. Leocádia Teresa de Lima e Melo Falcão Vanzeler, Lisboa, 1904 (redac., Lisboa, 1848)

Apontamentos Biográficos do Visconde d'Almeida Garrett, autobiografia. Porto, 1916

Entremez dos Velhos Namorados que Ficaram Logrados, Bem Logrados, Lisboa, 1954 (redac., 1841)

[editar]Romances, cancioneiros e contos

Bosquejo da História da Poesia e da Língua Portuguesa, Paris, 1826

Lealdade, ou a Vitória da Terceira, canção. Londres, 1829

Romanceiro e Cancioneiro Geral, vol. I. Lisboa, 1843

O Arco de Sant'Ana, romance. Lisboa, na Imprensa Nacional, 1845, vol. 1

Viagens na Minha Terra, romance. Lisboa, Typ. Gazeta dos Tribunais, 1846, 2 v. (Vol. I (eBook); Vol. II (eBook); 2 vol. juntos (eBook))

O Arco de Sant'Ana, romance. Lisboa, na Imprensa Nacional, 1850, vol. 2

Romanceiro e Cancioneiro Geral, vols. II e III, Lisboa 1851

Obras póstumas

Helena: fragmento de um romance inédito. Lisboa, 1871

Memórias de João Coradinho, aventuras picarescas. Lisboa, 1881 (redac., 1825)

Joaninha dos Olhos Verdes. Lisboa, 1941

Komurahi - História Brasileira, conto. 1956 (redac., 1825)

Cancioneiro de romances, xácaras e soláus e outros vestígios da antiga poesia nacional. Lisboa, 1987 (redac., 1824)

[editar]Cartas e diários

Carta de Guia para Eleitores, em Que se Trata da Opinião Pública, das Qualidades para Deputado e do Modo de as Conhecer, ensaio político. Lisboa, 1826

Carta de M. Cévola ao futuro editor do primeiro jornal liberal que em português se publicar, panfleto político. Londres, 1830 (pseud.: Múcio Cévola)

Carta sobre a origem da língua portuguesa, ensaio literário. Lisboa, 1844

Obras póstumas

Diário da minha viagem a Inglaterra, Lisboa 1881 (redac., Birmingham, 1823)

Cartas a Agostinho José Freire, Lisboa, 1904, 132 p. (redac., Bruxelas, 1834)

Cartas Íntimas, edição revista, coordenada e dirigida por Teófilo Braga. Lisboa, Empresa da História de Portugal, 1904, 172 p.

Cartas de Amor à Viscondessa da Luz, Lisboa, 1955

Correspondência do Conservatório, Lisboa, 1995 (redac.: Lisboa 1836 – 1841)

Cartas de Amor à Viscondessa da Luz

[editar]Discursos

Oração Fúnebre de Manuel Fernandes Tomás, Lisboa, 1822

Parnaso Lusitano ou Poesias Selectas de Autores Antigos e Modernos, Paris, 1826-1827, 5 v.

Elogio Fúnebre de Carlos Infante de Lacerda, Barão de Sabrozo, Londres, 1830

Da formação da segunda Câmara das Côrtes: discursos pronunciados pelo deputado J. B. de Almeida Garrett nas sessões de 9 a 12 de Outubro de 1837, Lisboa, Imprensa Nacional, 1837

Discurso do Sr. Deputado pela Terceira J. B. de Almeida Garrett na discussão, Lisboa, 1840

Discussão da Resposta ao Discurso da Coroa, pronunciado na sessão de 8 de Fevereiro de 1840, Lisboa, 1840

Discurso do Sr. Deputado por Lisboa J. B. de Almeida Garrett, na discussão da Lei da Decima, Lisboa, 1841

Elogio Histórico do Sócio Barão da Ribeira de Saborosa, Lisboa, 1843

Parecer da Comissão sobre a Unidade Literária, Lisboa, 1846 (dito Parecer sobre a Neutralidade Literária, da Associação Protectora da Imprensa Portuguesa, assinado por Rodrigo da Fonseca Magalhães, Visconde de Juromenha, Alexandre Herculano e João Baptista de Almeida Garrett)

Obras póstumas

Política: reflexões e opúsculos, correspondência diplomática. Lisboa, 1904, 2 v.

[editar]Participação em publicações periódicas

Toucador - Periódico sem política, dedicado às senhoras portuguesas. Lisboa, 1822 (direcção e redacção)

Heraclito e Demócrito. Lisboa, 1823

Português - Diário político, literário e comercial. Lisboa, 1826 – 1827 (direcção e redacção)

Cronista - Semanário de política, literatura, ciências e artes. Lisboa, 1827 (direcção e redacção)

Chaveco Liberal. Londres, 1829 (direcção e redacção)

Precursor. Londres, 1831

Português Constitucional. Lisboa, 1836 (direcção e redacção)

Entreacto, Jornal de Teatros. Lisboa, 1837 (fundação, direcção e redacção)

Jornal do Conservatório. Lisboa, 1841 (fundação)

Jornal das Belas-Artes. Lisboa, 1843 – 1846 (fundação)

Ilustração - Jornal Universal. Lisboa, 1845 – 1846 (fundação)

[editar]Algumas obras disponíveis em formato digital na Internet

Biblioteca Digital Garrettiana

Obras de Almeida Garrett no Project Gutenberg

[editar]Relevância na literatura portuguesa

No século XIX e em boa parte do século XX, a obra literária de Garrett era geralmente tida como uma das mais geniais da língua, inferior apenas à de Camões. A crítica do século XX (notavelmente João Gaspar Simões) veio questionar esta apreciação, assinalando os aspectos mais fracos da produção garrettiana.

No entanto, a sua obra conservará para sempre o seu lugar na história da literatura portuguesa, pelas inovações que a ela trouxe e que abriram novos rumos aos autores que se lhe seguiram. Garrett, até pelo acentuado individualismo que atravessa toda a sua obra, merece ser considerado o autor mais representativo do romantismo em Portugal.

[editar]Bibliografia

Fernandes, Domingos Manuel. Biographia politico-litteraria do visconde de Almeida Garrett. Lisboa, Typ. luso-brittannica de W.T. Wood, 1873. (digitalizado em www.archive.org)

Amorim, Francisco Gomes de. Garrett, memorias biographicas. Lisboa : Imprensa nacional, 1881. (digitalizado em www.archive.org em [1], [2], [3], [4])

Motta Junior, José Carlos A.. Escorço litterario e politico do Visconde d'Almeida Garrett. Braga : Typ. Conflança, 1902. (digitalizado em www.archive.org)

Referências

&#8593; Almeida Garrett. Página visitada em 2011-03-24.

&#8593; Almeida Garrett no Find a Grave

&#8593; SERRÃO, Joel (dir.). Dicionário de História de Portugal, sv. «João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett ».

[editar]Ligações externas

O Portal da História: Biografia: Almeida Garrett (1799-1854), www.arqnet.pt

GeneAll.net - João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, 1º visconde de Almeida Garrett

Nota biográfica de Almeida Garrett (U.PORTO)

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OBRAS EM FORMATO DIGITAL: http://purl.pt/96/1/obras/index.html

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notas de roda-pé: Muitas outras menções e anotações fiz, contudo ainda destaco algumas páginas da obra Viagens na Minha Terra:

p. 59/60 e 65- liberal

p. 66: passado

idealização: p. 78

História: p. 74 - cap. XI

Frei Diniz: p. 98 -

Carlos: p. 101,

D. Miguel: p. 113,

menção ao leitor: p. 130

poesia: p. 134-5

fatais segredos de família: p. 141

Porto - baixa Lisboa - jPinhal de Azambuja,

Inglaterra: p. 104,

Asseca

vale de Santarém: p. 67

Menina da Janela: p. 69

memória do nosso povo/ romance em endechas: p. 167 (Santa Iria ou Irene versus o jovem Britaldo - várias versões em Garrett no cap. XXX)

absolutismo ou d'ancien régime: p. 26

boulevards de Paris: p. 31

dinheiro= deus mamona: p. 36

Dêmades: "Da beleza e virtude éa cidadela

A inocência primeiro - e depois ela. " (p. 39)

Divina comédia/ Fausto: p. 48

epopeias de Horácio, Vítor Hugo, Os Lusíadas, Lamartine, Andrômaca de Heitor às portas de Troia, Homero, Shakespeare, Eurípedes, Lorde Byron - " marcha do intelecto é tudo uma miséria": p. 49

Laffitte, Milton com Château-Margaux, o chanceler de Baco: p. 47

o principe de Joinville: p. 58

versos de Teócrito ou de Virgílio, nas melhores prossas de Geessner ou de Rodrigues Lobo. (p. 59)

Judeu Errrante, de Ênio Manuel de figueiredo em 13 volumes: p. 62-3

meninas dos rouxinois: p. 70 - "A essas horas Joaninha era certa em sua janela - janela renscença de que primeiro nos namoramsos, leitor amigo, aindda antes de a conhecer a ela. p. 116

os barões, que é muito mais daninho bicho e mais roedor: p. 85

Duvidar é o único princípio, enriquecer o único objeto de toda gente: p. 91

Condillac: método das trevas: p. 94

Liberalismo: duvidar e destruir, adquirir e enriquecer por fim... p. 96 (na visão conservadora de Frei Diniz)

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Frases latinas:

Quomodo sedet sola civitas p. 169

pulverem olumpicum: p. 28

passim, Spectator: p. 40

in pontificalibus, dominus vobiscum, et cum spiritu tuo!...: p. 47

si parva licet componere magnis (a bossa proeminnete hoje é a latina): p. 49

Nisi potus ad arma ruissse: Inversa: Nisi potus in cantum prorumpisse; hic haec hoc, o estado de acetato... p. 57

Reconheço o queimar da chama antiga: Agnosco veteris vestigia flammae. p. 74

in rerum natura: p. 79

Non in solo pane vivit homo. p. 97

Flos Sanctorum: p. 118 veja na internet: Flos Sanctorum em Lingoagem Portugues:

"Mandado imprimir por D. Manuel I, este Flos Sanctorum, de autor anónimo, constitui uma extensa coleção de relatos de vidas de santos, desde os mártires romanos, até santos canonizados já na época medieval. Nunca explicitando as fontes utilizadas para a reconstituição das biografias, o autor deste Flos Sanctorum terá presumivelmente utilizado, como principal modelo, a partir talvez de tradução castelhana, o largamente difundido Flos Santorum de Jacobo de Voragine. O destaque concedido a santos portugueses, como S. Frutuoso de Braga, S. Gonçalo de Amarante, Santa Iria, Santo António ou S. Vicente de Lisboa, entre outros, e a utilização de "lingoagem portugues" deixam supor que esta edição se destinaria a um fim catequético e missionário."

FONTE DESTE artigo: Flos Sanctorum em Lingoagem Portugues. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-09-01].

Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$flos-sanctorum-em-lingoagem-portugues>.