...Pequena imagem de um amor!
I
I
Pequena imagem vê-se nesta página
Quase imperceptível em detalhe...
...Opaca!
De um lado...
...um ambiente aconchegante!
Do outro...
...um pássaro livre,
...pronto a voar!
Lá dentro...
...uma gaiola de vidro,
...e um pássaro preso a soluçar!
Quase imperceptível em detalhe...
...Opaca!
De um lado...
...um ambiente aconchegante!
Do outro...
...um pássaro livre,
...pronto a voar!
Lá dentro...
...uma gaiola de vidro,
...e um pássaro preso a soluçar!
II
Dois mundos...
...dois amantes,
....separados por uma janela
...Clara,
...Límpida,
...Transparente,
Bela!
...dois amantes,
....separados por uma janela
...Clara,
...Límpida,
...Transparente,
Bela!
III
Mas...
Uma JANELA...!
...Fechada,
...Trancada,
Ao pássaro que lá fora espera...!
...Chama,
...Convida,
...Clama...,
...Canta e
Suplica a tua espera!
Quem abriria aquela janela...?
Uma JANELA...!
...Fechada,
...Trancada,
Ao pássaro que lá fora espera...!
...Chama,
...Convida,
...Clama...,
...Canta e
Suplica a tua espera!
Quem abriria aquela janela...?
IV
Talvez...
A dama que o prendeu
Em prantos, as asas da tua liberdade,
Que, ainda, te espera!
Talvez...
O vento,
Vultoso e forte,
Que revolto,
Batesse veloz
Quebrando a vidraça da janela!
Talvez...
Uma criança,
Brincando descuidada,
Jogasse uma pedra naquela janela!
Talvez
O calor abrasador do dia
Dispusesse tuas asas a abrir a janela!
V
Talvez, talvez, talvez...!
Quantos talvezes o acaso aponta...!?
...E nem sempre desfaz os tantos ‘talvez’
Que tua alma apronta...!
...Ainda, que por qualquer deles,
Abrisse-se a janela,
Tu não voarias...!
A gaiola te prende.
VI
Frágil gaiola de vidro...
...Se insistisses com o bico,
Poderia ser quebrada,
Algumas de tuas grades!
Ou, quem sabe...
...Por menor esforço,
Entre os espaços das grades,
Tu passasses teu corpo
Com as asas da tua liberdade...?
...A voar contente e cantante,
A luz do novo dia que te espera!
VII
Mas...
Um outro talvez te impede...
...Talvez não fosse o momento,
...Talvez não desse certo,
...Talvez o arrependimento,
...Talvez não queira ir,
...Talvez não mereça,
Talvez padeça do mal
De não desejar ser liberto!
VIII
Pobre pássaro preso
...Na gaiola de vidro!
Vislumbras o belo,
E se acostuma ao cárcere
...Feio e cheio
De parcos e ressentidos sentimento!?
Triste sina...
...Pássaro preso...!
...Ausente de amor e desejos,
...Ausente de sonhos e esperanças,
...Ausente de canduras e ternuras!
IX
Vives...,
Pássaro triste, indeciso e preso...!
...Sequestrado, e sequestrando-te,
Da subjetividade do teu ser,
Ansioso pelo voo...!
...Ao gozo que liberta,
Pelo poder do sentir,
Toda alma cativa,
Que se permite voar,
Ao infinito do amor!
Liliane Prado
(Exercício Poético)