= Diálogo em Prosa e Versos =

I

Sentei-me, na areia,

A beira das águas claras!

Borboletas em bandos

O chão coloria.

II

Flores multicores margeavam o rio.

Orvalhada, ao sol brilhava, tão linda,

Uma pequena teia de aranha tão linda

Qual uma renda portuguesa.

III

Como é bela a vida no olhar da poesia!

IV

Uma grande e linda borboleta

Pousou no meu colo.

Eu, em meus devaneios,

Disponho-me a dialogar com ela.

- O quê?

- Quer saber quem sou eu?

- Sou apenas um homem,

perdido no horizonte dos sonhos,

buscando realizar-me no amor!

- Como é mesmo?

- Quer saber se estou sempre aqui?

- Sim, sempre que a solidão faz-me companheira.

- E você, minha linda princesas de asas vibrantes...

- ...És feliz?

V

Ela voou, subiu no azul do céu,

Desceu, deu voltas por sobre as águas,

E, depois, suavemente, pousou em minhas mãos.

- Boa resposta minha amiga!

É isto mesmo...

- Felicidade é ser livre para voar!

- É ter a certeza de onde pousar!

VI

Diga-me, minha amiga borboleta:

- Você sabe o que é o amor?

Outra vez, ela alçou voou, pousou junto ao seu bando

Beijando uma por uma de suas, companheiras!

VII

Depois, voou mais alto beijando as flores perfumadas da natureza,

E plainando ao sabor do vento,

Pousou em meu ombro sussurrando ao meu ouvido:

...Amo a tudo e a todos e tenho o mundo por abrigo.

...Falar a ti dos meus sentimentos não é preciso!

...Serias tu, tão tolo, incapaz de enxergar a ‘felicidade’?

...Responda-me, ‘seu curioso’...!

...O que procuras?

...Tu tens uma boa prosa ou vives dos teus próprios lamentos?

- Boa pergunta, amiguinha!

- Acho que em parte, sou apenas uma boa prosa!

- De resto sobram, apenas, meus lamentos!

...O que esperas sentado na areia?

- Espero um amor que quiçá virá na terceira ou quarta lua,

Numa carruagem adornada pelas estrelas,

Trazendo-me um coração disposto a me amar, também!

VIII

...Rá... Rá... Rá... Rá... Rá!

...Que pena meu amiguinho!

...Quando paramos no tempo nos tornamos presas fáceis...

...E pelo visto tornastes presa dos teus sonhos,

Das tuas lamurias e da tua espera, por vezes, quase eternas!

...Nós, as borboletas, não nos escondemos por detrás da espera.

...O segredo da vida é ‘o esperar, indo em frente!’

...Contemple, sem muita espera, mas sempre buscando.

IX

- Ei! Amiguinha, por favor, não me deixe só. Não vá embora!

- Ainda careço dos teus ensinamentos.

...Tenho que ir, meu amigo, o tempo não para.

...Tu queres aprender?

...Então,

...Atravesse o campo das ilusões,

...Contemple-o!

...Percorra as searas de sonhos!

...Se encante!

...Analise os quatro cantos do mundo!

...E assim descobrirás que o amor verdadeiro não mora no impossível!

...Ele, de tão próximo, mora dentro de ti!

...Queres ser amado? Ame! Ame com fé...!

...O amor ultrapassa as barreiras da ilusão.

...Ele é o realismo dos sonhos!

...O amor é o mais belo e liberto voou de nossas vidas!

Adeuuuuus... Amiguinho...!

Ame! Ame muito! Ame com ardor!

E, sem cessar, leve o amor SEMPRE adiante e DENTRO DE TI!

Tonho Tavares

23/08/02.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 24/08/2012
Reeditado em 12/06/2013
Código do texto: T3846165
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