Homenagem ao menino TOMÁS

Homenagem ao menino TOMÁS

T rovas, sonetos, redondilhas, versos, rimas, busquei.

O nde as palavras se esconderam?No dicionário, é logico, pensei.

M as acredite, rapaz, lá nenhuma encontrei.

A garrá-las-ia, todas; bem que tentei.

S eus versos sairam assim meio quebrados, mas um dia irei ajeitá-los,

eu sei.

Confesso que quando ouvi sua voz, me emocionei,

Infantil, gentil, cristalina, jorrando como o murmúrio de uma nascente.

construções elaboradas, num doce falar infantil.

Que me fez lembrar de um criança

que sempre respostas queria

para desconcertantes indagações.

- Por que vocês chamam de" milho verde", certos grãos,

se amarelos eles são?

- Por que as árvores deixam cair, no inverno, suas folhas

e seus galhos desnudos, de frio tremem na escuridão?

Tomás - do amor de Daniel e Karina

Nome forte, a nos lembrar grandes vultos da história.

Santo Tomás d e Aquino - teólogo da fé e da razão

Tomás - aquele que louva a Deus.

Sabedoria ao afirmar que, quando não denunciamos um erro,

a ele , implicitamente, nos aderimos.

E que não se pode justificar uma má ação

alegando uma boa intenção.

E um outro Tomás? O americano Tomás Edison.

Infanto, que ao 12 anos, doces , frutas e jornais

nas estações de trem , para os passageiros vendia.

Aposto que de quando em vez, num canto qualquer,

um doce ou fruta saborosa avidamente sorvia.

Mãos sujas. Mas, ele nem se preocupava.

Não podia perder nenhum frequês,

O comboio logo partiria e outro chegaria.

Vai-e-vem até o anoitecer.

Irrequieto, curioso, apesar de uma surdez que começa a instalar.

Da escola foi expulso, pois a lição - alegavam - não conseguia aprender.

Ele nem se importou. Agora estava livre para praticar "loucuras".

De tanto insistir, num comboio vazio, seus trecos, seus frascos, apetrechos,conseguiu instalar.

E lá passava horas a fio, a enfrentar seus desafios.

Pode dar curso as suas idéias e criatividade.

Ali nascia o maior inventor de todos os tempos.

Entre tantos, o fonógrafo,

a que chamou de "minha máquina de falar".

Sabe, Tomás, o que mais o seu xará, aprontou?

e o mundo revolucionou?

- a Lâmpada elétrica .

Que a escuridão expulsou e de luz o planeta inundou.

Agora ela está em todo lugar.

Pequenina, no microscópio, a revelar os mistérios do mundo

dos micro-organismos, vermes, bactérias, fungos...

Enorme, nos holofotes a iluminar, no palco, o artista e suas bailarinas.

E no capacete do mineiro, de corpo cansado, rosto suado, enrugado.

A orientá-lo por labirintos subterrâneos das minas.

Mas você, Tomás, você, não inventou a luz.

Nem precisava...

Ajudado por ela você brinca, rola, embola, se enrosca...

E, a espera do Natal, sua árvore enfeita com luzes coloridas,

que se acendem e se apagam em sincronia,

Você é um astro... Com luz de brilho sem igual.

Que caminhos ilumina em todas as direções,

quem sabe até ao pé do arco-iris

que no horizonte surge, após a tempestade

e onde se encontra um tesouro:

Um pote com moedas de ouro.

-Bem que podiam ser de chocolate!

Espírito maduro e iluminado, neste corpo infantil,

Jóia rara, diamante de quilates mil.

Tenho certeza de que, agora, uma pergunda me fará:

- Como você sabe de tudo isso, Senhora Dona Graça?

- Quem foi que lhe revelou?

- Ah, Tomás, foi uma fada madrinha que, um belo dia,

tudo isto me contou!

Este texto é uma homenagem ao TOMÁS, neto do cronista e escritor RobertoRego.

Maggá, agosto de 2012