Palavras

As palavras brincam como o vento que corta meu cabelo. E se vão tal como o vento que assobia. Palavras soltas. Talvez frouxas. Quem sabe presas. Quem sabe nada. Palavras. Palavrinhas. Palavrões. Palavra. Simples, complexa, constante palavras. Doces, amargas. Mas são só palavras. Grandes feridas abertas e você me pergunta a causa... O que mais posso dizer além de palavras?

Embora não consiga acreditar, elas cortam. Magoam. Corroem. Destroem. Desnudas, ecoam num constante abismo incerto. E ficam nuas. E talvez livres. Perpassando por pontos, despontos, relembrando o que outrora fora esquecido. Mas estão longe do seu entendimento... E de tudo o que você diz. Tudo o que você não consegue parar de dizer. As palavras pulam de sua boca. Jorram.

Por Deus, por que você continua a falar? Não entendo todo esse seu delírio, apenas um jogo de morte. Seis. São as palavras no tambor do seu revólver, apontadas em direção ao meu ouvido. Engatilhe e atire.

E quanto às minhas palavras presas? Ainda doem. Doem como um tapa que se leva surpreso e corroem como a ferrugem sobre os ferros velhos. Encararei qualquer coisa que poderia dizer. Não, eu não suportaria outra guerra. O tempo de guerra passou! Agora é tempo de silêncio! Silêncio cortante.

Mas dentro de mim as palavras ainda se cruzam, se batem, apavoradas, procurando a saída. Pulsam, retorcem, sofrem...Bum! E explodem ... Explodem as doces mentiras ou as verdades cruéis? Explodem, quem sabe... NADA? E elas continuam certas, talvez incertas, mas continuam (só)... PALAVRAS.

(Março de 2011)

Por Jéssica França e Raisa Braul
Enviado por Por Jéssica França em 23/08/2012
Reeditado em 23/08/2012
Código do texto: T3845219
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.