Amanhã...
Amanhã estarei sozinha, chorando sozinha, vivendo na minha mente ainda imaginarei uma criança rezando para que eu não quebre enquanto teu ciúme me consome...
Amanhã estarei sozinha de novo, assim que você levantar e sair por aquela porta fechada... Assim que você me beijar e dizer que quer que eu permaneça em você, como se fosse uma ponte que você atravessa sem olhar para o final...
Eu direi que haverá coisas que ainda não poderemos viver, porque não se pode ter tudo o que deseja mesmo que o único desejo seja a porta aberta e uma estrada que te leve aos meus braços, uma estrada para o além, que me leve até onde eu possa sentir seus braços a me apertar... Mesmo que seja sua lágrima quente a escorrer pelas pontes de meu rio...
Talvez pela manhã, quando as janelas ainda estiverem pesadas e cerradas para o novo dia, mesmo quando sair pela porta e desolação assoprar novamente em meus ouvidos como sopros em uma flauta, onde ressoa a tristeza da noite, de uma cama grande e vazia, onde se contorce um corpo vazio, quebrado, incompleto, pela falta que faz seu coração batendo de novo...
Se eu demonstrar o que acontece, o sentimento que surge será em forma de lágrimas... Olhos marejados de esperança e boca serrada para segurar o grito... Se disser que me ama, te olharei profundamente, tentando entender suas palavras, com um ar de espanto...
Meu amor, para ti, amanhã, nem tanto...
Um suspiro, um gemido, um grito...
Amanhã...