CONQUISTA
No som côncavo do búzio que pousaste na praia dos teus olhos
Zumbiu o eco do teu sorriso nas minhas mãos de areia,
Encostei-te ao meu ouvido e ouviste a melodia do meu mar de silêncio,
Mergulhaste nas ondas rupestres que pintei na areia molhada do corpo
E decifraste as algas embebidas em sal que repousavam no meu colo.
Construíste castelos de vento ameno que permaneceram na fantasia das mãos,
Com o balde e a pá ergueste a vitória sobre a fortaleza que ruía grão a grão.
Deitei-me na derrota desértica e a sede de sentir o oásis na pele imortal
Na volúpia redentora da bandeira erguida à luxúria conquistada.