DESTAS  MADRUGADAS

Cai a madrugada embrulhada no tule da neblina.A lâmpada da esquina sonda o assobiador solitário da minha rua.Uma melodia chorosa,acanhada,que vai perdendo-se entre a dormência do casario.Afasto a cortina a tempo de vislumbra-lo feito um espectro pisando a frouxa luminosidade do asfalto.Um cano de escape mutila a paz da quietude e,aquieta-se de repente como que engolido pelas brumas que apontam para um novo dia.
Num silêncio de pedra ,entre as paredes,uiva o coiote vadio de meus devaneios.
Aprisiono-lhe na jaula do peito à espera do comboio que me trará o sono.