Era só amor

Era só amor. Não tinha mais nada:
Os planos mirabolantes de um provável futuro,
A vida enfeitada com aqueles momentos felizes,
A estrada a convidar para mais uma caminhada,
Os sonhos possíveis de uma felicidade imaginada,
A imaginação tão feliz de uma paixão realizada,
A desenfreada alegria da vida assim extasiada,
A certeza absoluta de se chegar a um porto seguro,
O sentimento mais puro em todos os seus matizes,
A garantia de viver uma vida tão despreocupada,
Sem tristeza nem rancor, sem angústia e sem dor
E sem tirar nem por era só amor...
Não tinha essas coisas que se vêem nos filmes,
Não tinha essas coisas que só tem nas novelas,
Essas coisas bem escritas que tem nos romances...
Tinha só a famigerada realidade dura, nua e crua
E essa tediosa e melancólica passagem do tempo,
Essa cara horrorosa que tem a mais simples verdade,
A insustentável noção absurda da absurda realidade...

Tudo o que tinha era isso e mais nada,
Nada mais do que somente isso.
E isso era tudo
E tudo isso era amor...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 20/08/2012
Reeditado em 06/05/2021
Código do texto: T3840075
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