LIBIDINOSA, LASCIVA E CARENTE
Como bandeira defraudada
me enrosco usurpada nas minhas feridas
me arrasto, me entrego me jogo no espaço
buscando o que de fato, nunca foi meu...
Trago as marcas, do tempo
velhas quimeras tantas utopias, verdades que eu dia vivi
foram, doces canções, poesia e juras
fui colhendo, os gemidos e uivos
sussurros indizíveis, que de mim mesma ocultava, quisera esquecer...
Quem dera eu soubesse,
...se minha ama ensinasse que a vida urge e passa
que em certos dias, lasciva e carente
eu estaria sofrendo, a ausência do que foi embaraço...
Embaraçoso, por certo muito mais poderia ter sido
Me acovardei tive medo, e mesmo sangrando a agonia da partida
segurei, estanquei minha ferida e sorri
O vento, trouxe a saudade me deixa novamente desnuda...
Descobri que sou forte apesar de covarde
Descobri que sou posso sorrir mesmo chorando
Descobri, que mesmo que a vida repita aquele presente
o meu passado não tem futuro...
Sufocando minha porção libidinosa e lasciva vou dando sequência
a porção enigmática que habita meu ser !