Último Brilho
Preciso fazer um registro,
Do tempo em que vivo.
Somos a prova da falha de Darwin
na contramão do bom senso involuímos
Nos perdemos num mundo virtual
e o real, parece agora cada vez mais distante.
Quem observa por um instante o verde da natureza?
Quem ainda admira o flerte?
Poucos, com certeza.
A grandeza do irracional toma conta
e até hoje desmonta as raras tentativas pro bem
O passional, quando tal existe,
nao vai à rua,
no secreto aconchego do lar insiste em ficar,
e aprisionado continua.
Enquanto lá fora,
a selva é cheia de gente crua
podre, e o cheiro de enxofre anuncia maus tempos.
Por isso rogo a você meu irmão de mundo
que tal escolha não compreendo.
Saia desse seu pequeno latifúndio mental,
perceba que ao amadurecer
aos poucos matou o bem que havia dentro de você
tornando-se cada vez menos natural.
E que adiante, nao será o bastante
apenas se arrepender,
e, a pena pela sua covardia
refletirá na vida dos seus e dos meus.
Arme-se de sua valentia,
seja você, crente, espírita,
judia ou ateu
Pois a esperança,
como outrora trancada na caixa de pandora,
pode se perder
e nao demora
pra que ela dilacerada perca seu último fio
e no relógio tenha marcada a hora
para o último brilho
antes do eterno anoitecer.