SOBRAS DE MIM
Estrelas que brilham pela manhã, de quinta grandeza, eterno brilho, esnobe lembrança, pouco a pouco eu canto essa mania, de espiar sua luz durante a agonia de um amor . Quando eu não puder cantar, eu peço a Deus que te dê vontade, que seu sono pare, logo ao nascer do dia, espia aquela estrela e sinta com espanto, com eu, todo seu calor. O mundo gira e nos equilibramos no poente, enquanto sonhos se transformam, se transmutam, é longa a noite de ilusões, essa vil ladra da meia noite, mas pobre, a solidão. Durante a vida entre amores que nos cercam, vai minha sorte, entre a morte e a poesia, elas brilham também a noite, um cintilar difuso, confuso, criando minha solitária admiração. Não faço a prosa com medo das rimas porque inexistente esse desejo, pura coincidência, pois falo de estrelas que não vivem dos amores noturnos dos poetas e apaixonados, falo da tristeza pela falta de inspiração, há que se ter coragem para prosseguir e crescer, assim eu falo desse brilho, sozinho, enigmático, producente e propositadamente imoral. Meu sol tem companhias, amigos e amigas da eternidade com tempo de duração, falo por metáforas, inverto papeis e descrevo emoções, porque sei o caminho, desconheço seu final, mas inexplicavelmente sigo suas curvas escrevendo o que se solta de mim. Deixa que a rima seja pobre, o brilho suave e a prosa miúda, deixa essa estrela dormir, assim é, contra minha vontade e que sua sensibilidade lhe mostre, ilumine, que você entenda o que se quiser entender.