Ser
Num momento gosto do azul e odeio o cinza, logo depois o rosa é o máximo e interessante é montar num touro bravo ao invés de pegar o coletivo para o lançamento de um livro qualquer.
Tudo escuro.
Às vezes num vestido longo e escova no cabelo sou a senhora dos alfabetos da vida, depois numa moto prosa e jaqueta preta vou ao show de rock. Tinta no cabelo e florzinha nas unhas então assim sou a filha mais velha, com o filho mais moço de alguém beijando a noite toda. Mas logo surge lá em casa, a mãe, então assumo a negra ovelhice da família em parcas prendas domésticas e desbundados atos antipaternos.
Dentro de todos estes, eu ainda estou, lúcido, cru e egoísta. Tantas razões e tão poucos motivos. Com o tempo fui achando que era mesmo CULPADO, já que, mesmo com os anos para desistir da idéia eles ainda insistem.
Tédio!
As certezas na vida são necessidades fisiológicas; comer, beber, defecar, dormir e raramente fazer sexo. Belo abrolho para viver todo dia! Apaixonado, tentando amar mais ao acaso. Sorrindo para a horda hipócritista que nada rumo á satisfação pessoal, vendendo peixes podres no meio do caminho, estilhaço pequenos olhares antes que me convençam. – Hoje sou um homem, infortúnio, mas Ser é apenas o início.
Nada está acabado, é tão óbvio!