Grafia da Alma
A quem espero encontrar se não a mim
ao enquadrar o meu rosto num espelho de papel?
Ver o reflexo inflexível que por trás dos olhos se esconde,
desenhado linha por linha, traço a traço...
Nada há de mais maravilhoso
quando se pega o costume
Escrevendo história na linha dos tempos,
como ilustres letristas da sinfônica Eros,
ou em textos, rabiscos ou nas maiores obras
Sempre haverá a grafia da alma
Pois que esta escorre aos versos inversos
E verte na folha cores que não se rasuram
E a imagem reverte pra de onde partiu
Escrever se é artimanha, o espelho da alma
Deixe-a se ver e te conhecerás
Ela, em ti, um universo finito, se alegrará
Em se ver e te mostrar com todas as letras
que és bem mais do que sabes, mais do que se conheces