borboletas.

Sonhei com borboletas mortas, sem cores e de asas quebradas, ontem, antes mesmo do primeiro segundo do dia começar, antes de todos os centésimos de uma vida didiana começar, antes mesmo de testemunhar que, no mundo perene das mortas borboletas existem o nascer na vida as lagartas coloridas, de verdadeiras almas célebres, que testemunham com a sua vida a inauguração de cores inexplicáveis, eu vi, com os meus próprios olhos da alma dos sonhos, eu as vi, lagartas, e não mais borboletas, e elas não voavam, e nem andavam, simplesmente eram formas e luzes, assim como sentimentos e intensidades, elas simplesmente existiam como uma forma de vida parasitiana de sonhos.

Então, descobri, ao acordar e entrar em sã consciência, que nunca houve diferença entre borboletas e lagartas. No entanto, já era outro dia, outro segundo, outro centésimo didiano, outra vida...

Gyovana Santos
Enviado por Gyovana Santos em 14/08/2012
Reeditado em 14/08/2012
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