sonhos sob a maré (1998)

Sonhos sob a maré

Lembro-me quando os sonhos encobriam a maré na praia de pensamentos, a poesia fluía como um pássaro no céu, encobrindo o sol, rasgando o céu. Agora me pergunto onde estão estes sonhos? , estão presos no tempo e nem que pudesse poderia achar, pois o passado se dói como areia descendo por entre os dedos. Não há mais apologia e nem ideologia, tudo é conflito, tudo é neutro e sem graça, assim permaneço, como uma pedra no alto da montanha, imóvel, não há no que acreditar nada esta certo, grito, mas ninguém me ouve, e a sociedade torna-se anti-social, convertem-se a tribos cuja ideologia não possui mais nexo. Permaneço distante, isolado em uma ilha, no findo de uma galáxia sombria, a raiva as vezes torna-se incontrolável e explode como uma estrela, queimando tudo que encontra, mas continuo calmo com uma força estranha que emana das profundezas, assim controlo a raiva e os medos, não há nada que destrua essa harmonia e nem se o sol aparecesse no horizonte, não conseguiria me derrotar

Tamnil Saito Junior

(1998)

Tamnil Saito Junior
Enviado por Tamnil Saito Junior em 16/02/2007
Reeditado em 16/02/2007
Código do texto: T383076