SABEDORIA
É tão difícil, eu sei,
Definir a sabedoria...
Mas sei, que em vários momentos,
Ela dá o ar de sua graça
A cada um de nós,
Sem excessões.
E quando o faz,
Jamais a sabedoria dirá
Conter toda a verdade,
Ou tentará firmar-se
Enfraquecendo outros pilares
Ao contestá-los,
Pois a sabedoria
Não há de precisar de discursos,
Justificativas, dogmas, fórmulas,
Ou motivos obscuros...
A sabedoria, eu acredito,
É uma luz que brilha em qualquer parte,
Mas só a reconhece
Quem tem arte.
A sabedoria não fará, jamais,
Assepssia de pessoas ou idéias,
Mas saberá juntar, comungar, frequentar,
Até mesmo, discordar
Sem discriminar.
A sabedoria não dirá:
"Não ponho os pés aqui,
Pois nem todos brilham
Ou pensam como eu."
Pois esta atitude tacanha,
Não se chama sabedoria,
E sim, preconceito.
A sabedoria há de encontrar um jeito
De conviver sem prevalecer,
De discordar sem humilhar,
De mostrar-se sem ofuscar,
E de comungar
De outras idéias, estando aberta
Para mudar.
A sabedoria não olha o outro
A procura de afinidades ou falta de afinidades,
Mas simplesmente o acolhe e o aceita
Como ele é,
Pois a sabedoria sabe
Que este é um direito
Natural a cada ser humano:
O direito de ser, sem culpas,
Sem desculpas,
Sem medo de não ser aceito,
Ou de ser incompreendido
Pela falácia que se disfarça
De sabedoria e espiritualidade...
Não é fácil, ser sábio,
E nem sei se um dia, eu serei,
Mas jamais fingirei ser.