ESPAÇOS VAZIOS
Enquanto tentamos matar a cobra
As moscas se alimentam de nossas sobras
Se alguém te pedir ajuda nunca se esqueça das ervas daninhas
O melhor tempo que as tivemos pra perder
Foi o momento em que passamos dormindo
Em que no colo do travesseiro tua cabeça se aninha
Hospitaleira e boa nada se compara com a nossa caminha
Como as andorinhas que reconstroem seus antigos ninhos
Que já o haviam habitado e comem em pleno voo todo e qualquer iinseto que encontram pela frente
Comida alada descolada no ar diluída no espaço
Como traços de vírgulas transparentes
E não fazem a primavera se não estão unidas
Fugindo do frio para o sul em troca de temperaturas quentes
Fazem suas arquiteturas de lama, barros e argilas
Todo cuidado é pouco nem tudo que é gente gemente
Falamos tanto de verdades
E vivemos dentro de uma bolha de mentira
Nos deram um nome e uma identidade de papel
E quando morremos tudo fica debaixo do cèu
Sente o que a gente sente por dentro de nossa
Semente de gente
Apenas vivemos porque a morte é outra casca
É uma outra ilusão que vive por dentro da gente...